
São Paulo — InkDesign News — Os preços do ouro recuaram nesta quarta-feira (14), rompendo a barreira dos US$ 3.200 por onça, atingindo o menor patamar em um mês. Esta queda é atribuída a uma desaceleração na demanda pelo metal precioso em função da trégua nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, segundo analistas.
Panorama econômico
No cenário global, as recentes negociações comerciais entre os EUA e a China geraram otimismo nos mercados, reduzindo as incertezas que tradicionalmente alimentam a busca por ativos como o ouro. A decisão de manter taxas de juros estáveis pelo Federal Reserve também aliviou as pressões inflacionárias, o que pode ter contribuído para a migração de investidores para ações e outros ativos de risco.
Indicadores e análises
Na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), o contrato de ouro para entrega em junho caiu 1,83%, fechando a US$ 3.188,3 por onça-troy. Segundo Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, “após a trégua tarifária anunciada no fim de semana, vimos os mercados acionários dispararem, e isso reduziu o foco no ouro como proteção” (“After the tariff truce announced over the weekend, we saw stock markets soar, and this reduced the focus on gold as a hedge”).
De acordo com analistas, a quebra do suporte dos US$ 3.200 pode abrir espaço para uma correção mais acentuada, com a possibilidade de um teste na região dos US$ 3.165.
Impactos e previsões
A análise de Fawad Razaqzada, da Forex.com, aponta que o alívio inflacionário nos EUA também impactou essa movimentação. “O CPI abaixo do esperado acalmou os temores de que as tarifas comerciais desencadeariam uma nova onda inflacionária. Isso reforçou a busca por ativos mais arriscados” (“The lower-than-expected CPI calmed fears that trade tariffs would trigger a new wave of inflation. This reinforced the search for riskier assets”). Apesar da queda recente, Razaqzada acredita que as perspectivas de alta no longo prazo permanecem intactas.
Na visão de Tammy Da Costa, da FxStreet, o ouro formou uma “flâmula de alta” no gráfico diário, indicando uma possível continuidade na tendência de alta. “O recuo atual pode ser apenas uma pausa antes de uma nova pernada de alta” (“The current pullback may just be a pause before another upward leg”).
À medida que os mercados evoluem, será essencial observar as próximas medidas de política monetária e os desdobramentos nas negociações comerciais que podem impactar diretamente tanto o mercado financeiro quanto a economia global.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)