A adoção rápida de inteligência artificial (IA) está expondo organizações africanas a riscos cibernéticos crescentes, com um aumento significativo nos crimes cibernéticos relacionado à falta de experiência em segurança digital. Apenas 10% das empresas demonstram confiança nas habilidades de seus funcionários em detectar ataques, especialmente aqueles que utilizam IA.
Vetor de ataque
Com a digitalização acelerada em várias nações africanas, a cibercriminalidade se tornou um vetor de ataque predominante. Um relatório da Interpol destaca que o crime cibernético representa mais de 30% de todos os crimes em países do leste e oeste da África. A falta de políticas de segurança robustas e a escassez de habilidades nos corpos de segurança dificultam a investigação de delitos digitais.
Organizações têm dificuldade em treinar seus funcionários adequadamente, levando a um cenário onde o phishing e fraudes financeiras são prevalentes. Essa vulnerabilidade se agrava com a gradual implementação de políticas de IA, onde apenas 20% das organizações possuem diretrizes claras.
Impacto e resposta
A ineficácia nas estratégias de segurança pode resultar em perda de clientes e oportunidades de negócios. Segundo estudos, 90% das organizações acreditam que a falta de expertise está prejudicando sua capacidade de obter novos contratos. Além disso, apenas 10% afirmaram estar confiantes de que seus funcionários poderiam identificar um ataque cibernético.
“As nações precisam investir mais em esforços de desenvolvimento de habilidades, não apenas para abordar a questão da capacidade de segurança, mas também para oferecer caminhos para a saída da pobreza para os jovens em situações de alta taxa de desemprego.”
(“Nations need to invest in more skills development efforts, not only to address the security capacity issue but to also provide pathways out of poverty to youth groups with high unemployment rates.”)— Anna Collard, Vice-presidente Sênior, KnowBe4 África
Análise e recomendações
Os dados apontam que a formação em segurança é frequentemente inadequada e dependente de doações. A KnowBe4, que analisou 124 tomadores de decisão em segurança, revelou que 95% das organizações consideram seu treinamento ineficaz. Indústrias como o setor bancário no Quênia têm se destacado em iniciativas de treinamento, enquanto outras parecem menos engajadas.
Com a previsão de que 650 milhões de cidadãos africanos precisam ser treinados em habilidades digitais até 2030, a integração de conteúdos em línguas locais é essencial para aumentar a eficácia do treinamento e a consciência de segurança em um continente com mais de 75 idiomas.
À medida que a África avança na digitalização, a implementação de políticas e a melhoria da formação são cruciais para mitigar os riscos e maximizar as oportunidades trazidas pela IA, com foco em criar um ambiente mais seguro e resiliente.
Fonte: (Dark Reading – Segurança Cibernética)
