Nova pesquisa revela esqueleto miniatura em festa romana de 2.000 anos

Los Angeles — InkDesign News — Uma pesquisa destaca uma rara descoberta arqueológica em Los Angeles: um minúsculo esqueleto de bronze articulado, datado entre 25 a.C. e 100 d.C., proveniente do Império Romano. O artefato, classificado como “larva convivalis”, aparece como exemplo material de tradições filosóficas e sociais da Antiguidade, oferecendo novas perspectivas sobre banquetes romanos e a concepção da mortalidade.
O Contexto da Pesquisa
Os banquetes na Roma Antiga frequentemente cruzavam temas de celebração e transitoriedade da vida. Apenas cerca de uma dúzia desses esqueletos miniaturizados, fabricados em bronze, são conhecidos atualmente. Segundo estudo realizado em 1980 pela então curadora do Getty, Faya Causey Frel, tais figuras integravam os tradicionais “memento mori” — símbolos da brevidade da existência e da inevitabilidade da morte — e eram distribuídas como lembranças filosóficas em festas. A metáfora remete ao epicurismo, filosofia que defendia a apreciação do prazer como resposta ao temor da morte.
Resultados e Metodologia
O esqueleto preservado na coleção do Getty Villa possui altura de 6,6 centímetros, originalmente com membros articulados — atualmente, apenas parte da perna esquerda persiste. Caracteriza-se por órbitas oculares largas, sorriso esquelético e proporções caricaturais. O objeto reforça práticas descritas no romance latino “O Satíricon”, de Petronius, no qual um anfitrião exibe uma peça semelhante e profere:
“Este esqueleto diante de nós aqui é tão importante quanto já fomos! Vivamos, pois, enquanto podemos e a vida é cara.”
(“this skeleton before us here is as important as we ever were! Let’s live then while we may and life is dear.”)— Trimalchion, Personagem, O Satíricon
O foco da representação era menos um realismo anatômico e mais um convite ao deleite existencial, destaca Causey Frel:
“Talvez fosse mais importante que os espectros ossudos fossem animados.”
(“It was perhaps more important that the bony specters were lively.”)— Faya Causey Frel, Curadora, Getty Villa
Implicações e Próximos Passos
A descoberta reforça a relação simbiótica entre banquetes e temas mortuários na cultura romana, interligando práticas sociais a filosofias como o epicurismo. Para estudiosos, o artefato se revela “testemunho vívido e raro das dimensões simbólicas e lúdicas dos banquetes romanos” — tendência também ilustrada por descrições pictóricas e literárias da época. Pesquisadores planejam análises adicionais em outros exemplares, buscando mapear a dispersão geográfica e as variações estilísticas desses objetos.
O aprofundamento nas práticas materiais do cotidiano romano amplia não apenas o entendimento da ritualística e do humor antigos, mas também sugere novos caminhos para investigações sobre a circulação de ideias filosóficas através de objetos cotidianos. Próximos estudos podem lançar luz sobre conexões entre artefatos semelhantes e outros contextos culturais do Mediterrâneo Antigo.
Fonte: (Live Science – Ciência)