Nintendo deve buscar alternativa melhor que bloquear Switches por pirataria em games

Tóquio — InkDesign News — A indústria de games volta a debater a relação entre cultura geek, pirataria e empresas após a Nintendo atualizar seu Acordo de Usuário, ameaçando “brickar” dispositivos modificados, medida que impacta diretamente jogadores e entusiastas de homebrew.
Lançamento e features
A Nintendo revisou o Acordo de Usuário do Nintendo Account com uma cláusula que autoriza a empresa a tornar permanentemente inutilizáveis os dispositivos que forem detectados com qualquer modificação não autorizada, visando combater a pirataria e hacks ilegais. A partir dessa alteração, jogadores poderão ter seus consoles “brickados” caso utilizem software ou hardware modificado, prática associada ao homebrew e distribuição não autorizada de ROMs e hacks.
Essa medida amplia as políticas anteriores, trazendo novos riscos para quem deseja modificar fisicamente ou via software o Nintendo Switch, indicando que a corporação está intensificando sua fiscalização contra a alteração dos dispositivos originais.
Recepção e audiência
Historicamente, a comunidade de homebrew sempre foi parte da cultura dos consoles Nintendo, desde o Nintendo DS com sua ampla disseminação de cartuchos R4 para carregar jogos e aplicativos não oficiais. Embora essa prática muitas vezes seja associada a pirataria, seu impacto no volume de vendas é complexo. Por exemplo, o Nintendo DS vendeu 154 milhões de unidades e 949 milhões de jogos, números que superam consoles posteriores com maior controle antipirataria.
“Você reconhece que, se não cumprir as restrições acima, a Nintendo poderá tornar os Serviços da Conta Nintendo e/ou o dispositivo Nintendo permanentemente inutilizáveis, total ou parcialmente.”
(“You acknowledge that if you fail to comply with the foregoing restrictions Nintendo may render the Nintendo Account Services and/or the applicable Nintendo device permanently unusable in whole or in part.”)— Nintendo, Acordo de Usuário
Tendências e mercado
A Nintendo, apesar dos riscos impostos pela pirataria, acumula sucesso comercial significativo: só o Switch já vendeu mais de 150 milhões de unidades, com cerca de 1,2 bilhão de jogos comercializados em oito anos. A empresa aposta em meios de distribuição digital como a eShop, ainda que suas deficiências técnicas sejam alvo de críticas.
Especialistas apontam que estratégias punitivas não acabam com a pirataria, e sim serviços eficientes. O exemplo do setor musical, com o crescimento de assinaturas em plataformas como Spotify, mostra que um serviço atraente e acessível reduz a pirataria.
“A ironia é que a Nintendo já oferece isso. A eShop no Switch oferece acesso a muitos jogos que podem ser comprados e jogados imediatamente.”
(“The irony is that Nintendo already offers this. The eShop on the Switch offers access to many games that can be bought and played immediately.”)— Stephen Totilo, Game File
A empresa planeja lançar o Switch 2, esperado para superar as vendas do primeiro modelo. O mercado segue atento às decisões da Nintendo, que pode determinar tendências em políticas antipirataria, proteção ao consumidor e oferta digital na indústria de games.
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Fonte: (Kotaku – Cultura Tech & Geek)