
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos identificaram que explosões termonucleares em anãs brancas atuam como “fábricas de lítio”, fornecendo a primeira evidência concreta de que essas detonações criam o lítio utilizado em eletrônicos, como baterias de íon de lítio.
Detalhes da missão
Em dezembro de 2013, a nova V1369 Cen, localizada na constelação Centaurus, entrou em erupção e foi observada por vários telescópios, incluindo o INTEGRAL (International Gamma-ray Astrophysics Laboratory) da Agência Espacial Europeia. Inicialmente, a distância estimada da nova dificultava a detecção do sinal em raios gama, mas novos dados revelaram que ela estava a cerca de 3.200 anos-luz da Terra, viabilizando a detecção.
Tecnologia e objetivos
O INTEGRAL é projetado para detectar radiações de alta energia, e, ao analisar dados antigos, a equipe de Luca Izzo, do INAF (Instituto Nacional de Astrofísica da Itália), conseguiu identificar um sinal de 478 keV, o que indica a presença de berílio-7 emitido durante a nova. “A observação da linha de 478 keV é uma evidência da existência de berílio-7 nos envelopes das novas”, afirmou Izzo.
A detecção do sinal é convincente, uma vez que coincide em tempo com a nova e com a intensidade esperada.
(“The observation of the 478keV line is proof of the existence of beryllium-7 in novae envelopes.”)— Massimo della Valle, Membro da equipe de Izzo, INAF
Próximos passos
Com a descoberta, os astrônomos planejam continuar a monitorar novas que estejam dentro do alcance dos telescópios de raios gama, buscando evidências adicionais da produção de lítio. O desafio permanece, pois a relação sinal-ruído é baixa, com uma significância estatística de apenas 2,5 sigma, indicando uma probabilidade de 2,1% de que o sinal não seja real.
Ainda assim, a relação temporal e as características do sinal fazem com que seja improvável que se trate de uma coincidência.
(“The fact that the emission is observed to coincide in time with the nova, exactly at the expected energy and with the expected intensity, makes it highly unlikely that this is a coincidence.”)— Massimo della Valle, Membro da equipe de Izzo, INAF
Essa descoberta enriquece nosso entendimento sobre a origem do lítio no universo e seu impacto em tecnologias modernas, refletindo o progresso contínuo no campo da astrofísica e o potencial de exploração do cosmos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)