NASA revela que nossa lua já foi tão vulcânica quanto Io, satélite de Júpiter

São Paulo — InkDesign News — Um novo estudo sugere que a Lua passou por um período de intensa atividade vulcânica por dezenas de milhões de anos, devido a uma órbita complexa provocada pela interação gravitacional entre a Terra e o Sol. Esse fenômeno teria transformado nosso satélite natural em uma “monstruosidade” fundida, com características comparáveis à lua Io, de Júpiter, considerada o corpo mais ativo vulcanicamente do sistema solar.
Detalhes da missão
O início da Lua remonta a uma colisão catastrófica ocorrida há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, quando um protoplaneta colidiu com a jovem Terra. O material resultante da colisão formou dois corpos distintos, a Terra e a Lua, que inicialmente orbitavam muito próximos. Com o passar do tempo, a Lua foi se afastando, solidificando-se. Pesquisas recentes indicam que a força gravitacional combinada da Terra e do Sol criou uma órbita instável na Lua, causando intensa atividade vulcânica interna que durou cerca de dezenas de milhões de anos e resultou em uma superfície reiniciada por fluxos de lava por volta de 4,35 bilhões de anos atrás.
Tecnologia e objetivos
Para datar a Lua, cientistas utilizam amostras de rochas lunares trazidas pelas missões Apollo e pelos programas de exploração chineses Chang’e, além da análise de minerais resistentes à fusão, como os zircões. Estes minerais são particularmente valiosos pois resistem ao derretimento, oferecendo registros mais precisos da idade lunar. O estudo sugere que o magma ascendia continuamente pela crosta lunar, impedindo a formação de um oceano de magma estabilizado e provocando a remodelação da crosta, uma dinâmica diferente da vulcanologia terrestre.
“The moon gets sort of confused. It doesn’t know exactly what orbit it should be adopting, and so it can develop kind of a weird orbit.”
(“A Lua fica meio confusa. Ela não sabe exatamente qual órbita deve adotar e, por isso, pode desenvolver uma órbita meio estranha.”)— Francis Nimmo, Cientista Planetário, Universidade da Califórnia, Santa Cruz
“There was certainly lots of volcanism, it just didn’t really produce volcanoes that we’re familiar with.”
(“Certamente houve muito vulcanismo, mas não produziu vulcões como os que conhecemos.”)— Francis Nimmo, Cientista Planetário, Universidade da Califórnia, Santa Cruz
Próximos passos
Avanços nas técnicas de datação e no estudo dos minerais lunares prosseguem, com foco na compreensão dos processos internos da Lua e na composição da crosta. A continuidade dos programas Chang’e e futuras missões tripuladas ou de amostragem robótica podem fornecer dados adicionais essenciais. Além disso, essa perspectiva sobre a história vulcânica da Lua auxilia na interpretação do registro geológico lunar, contribuindo para calibrar as idades das rochas e minerais estudados.
Esta pesquisa altera a visão tradicional da formação lunar, mostrando que os dados mais jovens obtidos não necessariamente refletem a origem inicial da Lua, mas uma reinicialização por processos vulcânicos decorrentes da instabilidade orbital numa época primordial. O impacto desses resultados é significativo para a compreensão da evolução da Lua, da dinâmica planetária e dos processos geológicos no sistema solar primitivo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)