
São Paulo — InkDesign News — Um novo estudo sugere que os planetas classificados como sub-Netunos, frequentemente chamados de possíveis “mundos oceânicos”, podem na verdade ter uma composição muito mais árida do que se acreditava anteriormente. Pesquisadores da ETH Zürich, liderados pela professora Caroline Dorn, revelaram que essas superfícies podem conter menos água do que se imaginava, desafiando as concepções anteriores.
Detalhes da missão
O estudo foi realizado por uma equipe de cientistas que modelou a evolução de 248 planetas sub-Netunos. Os resultados foram publicados em 18 de setembro na revista The Astrophysical Journal Letters. Os pesquisadores analisaram como esses planetas formam e mantêm água em suas camadas superficiais durante os estágios iniciais de sua formação, quando são cobertos por camadas de gás hidrogênio e manto de rocha derretida.
Tecnologia e objetivos
Os cientistas incorporaram interações químicas entre o magma e a atmosfera em suas simulações, um avanço em relação a estudos anteriores. “Nossos cálculos mostram que este cenário não é possível”, declarou Dorn. A equipe descobriu que o hidrogênio e o oxigênio que compõem a água se ligam a metais e silicatos, resultando em uma quantidade limitada de água próxima à superfície do planeta. “O que realmente permanece na superfície como H2O é limitado a poucos por cento, no máximo”, disse Aaron Werlen, co-líder do estudo. De acordo com as simulações, não existem planetas distantes com camadas massivas de água, conforme se pensou anteriormente.
Próximos passos
Ainda que os resultados sugiram a raridade dos chamados mundos Hycean — mundos com água representando 10 a 90% de sua massa —, a pesquisa destaca a importância das investigações futuras. K2-18b, um sub-Netuno notável localizado a cerca de 124 anos-luz de distância, continua a ser um alvo de interesse. Os cientistas consideram que, apesar da caracterização atual, esse planeta pode fornecer informações valiosas sobre a formação e evolução dos sistemas planetários. “A Terra pode não ser tão extraordinária quanto pensamos”, concluiu Dorn.
As implicações desse estudo podem alterar a forma como os astrobiólogos exploram a possibilidade de vida em outros mundos, uma vez que a busca por água líquida como indicativo de habitabilidade precisa ser revista em novos contextos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)