
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos utilizando a espaçonave de raios-X XRISM observaram ventos poderosos emanando de uma estrela de nêutrons. Os achados têm o potencial de revolucionar nosso entendimento sobre a física das estrelas mortas e buracos negros supermassivos.
Detalhes da missão
A missão XRISM (X-Ray Imaging and Spectroscopy Mission), desenvolvida pela NASA em parceria com a JAXA, foi fundamental para a observação de ventos provenientes do disco de acreção GX13+1, localizado entre 23.000 e 26.000 anos-luz da Terra, na região do bulbo galáctico da Via Láctea. A espaçonave conseguiu captar dados que revelaram diferenças surpreendentes entre os ventos gerados em torno de estrelas de nêutrons e buracos negros supermassivos.
Tecnologia e objetivos
O instrumento Resolve da XRISM permitiu medir a energia da luz de raios-X emitida de GX13+1, revelando características do sistema que não haviam sido vistas anteriormente. “Quando vimos a riqueza de detalhes nos dados, sentimos que estávamos testemunhando um resultado transformador”, afirma Matteo Guainazzi, cientista do projeto XRISM da Agência Espacial Europeia (ESA). (“When we first saw the wealth of details in the data, we felt we were witnessing a game-changing result,”). A missão tem como objetivo aprimorar a compreensão dos mecanismos de interação entre radiação e matéria nos ambientes mais extremos do universo.
Próximos passos
A equipe de pesquisa está agora investigando os processos que governam a dinâmica dos ventos em torno de estrelas de nêutrons e buracos negros supermassivos. As observações levaram a questionamentos sobre a diferença de densidade e velocidade entre os ventos, com os ventos de GX13+1 viajando a 620.000 milhas por hora, embora ainda significativamente inferiores ao que se espera próximo do limite de Eddington. “É um surpresa para mim como esse vento é ‘lento’. É como olhar para o sol através de um nevoeiro”, destaca Chris Done, líder da equipe de pesquisa. (“It is still a surprise to me how ‘slow’ this wind is, as well as how thick it is.”).
Essas descobertas têm o potencial de moldar nossa compreensão de como as estrelas de nêutrons e os buracos negros supermassivos afetam seus ambientes cósmicos, influenciando a evolução de galáxias. O estudo abre novas portas para futuras missões espaciais, como a NewAthena, programada para ser lançada em 2037, que busca ser o maior observatório de raios-X já criado.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)