
São Paulo — InkDesign News — O Telescópio Espacial James Webb observou a atmosfera de Titã, a maior lua de Saturno, e capturou as primeiras evidências de formação de nuvens em seu hemisfério norte entre novembro de 2022 e julho de 2023.
Detalhes da missão
A equipe de cientistas utilizou o James Webb Space Telescope (JWST) para coletar dados durante duas fases distintas: em novembro de 2022 e em julho de 2023. As observações foram realizadas em conjunto com o W.M. Keck Observatory, localizado no vulcão adormecido Mauna Kea, no Havaí. Os dados obtidos mostraram evidências de convecção de nuvens, um processo onde o ar mais quente sobe, transportando umidade para formar nuvens. Essa é a primeira vez que nuvens foram detectadas no hemisfério norte de Titã, onde se encontram a maior parte dos mares e lagos da lua. As nuvens já foram observadas anteriormente no hemisfério sul, durante os meses de verão.
Tecnologia e objetivos
O JWST, equipado com tecnologia avançada, permitiu que os cientistas estudassem as complexas interações atmosféricas de Titã. As observações revelaram também a presença de um novo composto orgânico conhecido como radical metila, que possui um elétron “livre” ou não ligado. Este composto é fundamental nas reações químicas que ocorrem na atmosfera de Titã, influenciando a formação das substâncias químicas complexas que existem em seu ambiente. “Pela primeira vez, podemos ver a ‘massa química’ enquanto está ‘crescendo no forno’ em vez de apenas observar os ingredientes iniciais e o bolo final”, afirmou Stefanie Milam, do Goddard Space Flight Center.
Próximos passos
Visando pesquisas adicionais e um entendimento mais profundo sobre as interações químicas de Titã, está planejada a missão Dragonfly, uma revolução na exploração de luas. Em 2028, um octocópio movido a energia nuclear será lançado em direção a Titã, onde realizará uma série de investigações científicas por três anos após sua chegada esperada em 2034. “Titan é o único outro lugar em nosso sistema solar que possui um clima similar ao da Terra, na medida em que tem nuvens e chuvas sobre uma superfície”, disse Conor Nixon, do Goddard Space Flight Center.
Essas observações não só aumentam nosso conhecimento sobre os processos atmosféricos de Titã, mas também têm o potencial de descobrir novas informações sobre a habitabilidade de luas em outros sistemas solares, elevando a exploração espacial a novas alturas.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)