
São Paulo — InkDesign News — O Telescópio Espacial James Webb (JWST) alcançou mais um marco ao capturar a imagem direta de um planeta distante e frio, denominado 14 Herculis c, que orbita uma estrela semelhante ao Sol, situada a cerca de 60 anos-luz da Terra, na constelação de Hércules. A descoberta foi anunciada por astrônomos no dia 10 de junho.
Detalhes da missão
14 Herculis c, ou 14 Her c, forma parte de um sistema que apresenta uma configuração orbital incomum. O planeta orbita sua estrela a uma distância aproximada de 2,2 bilhões de quilômetros, ou cerca de 15 vezes a distância entre a Terra e o Sol. Em nosso sistema solar, ele estaria posicionado entre Saturno e Urano. Estima-se que 14 Her c tenha se formado há cerca de 4 bilhões de anos e apresenta uma temperatura atmosférica de 26 graus Fahrenheit (menos 3 graus Celsius).
Tecnologia e objetivos
A imagem do exoplaneta foi capturada pelo instrumento NIRCam (Câmera de Infravermelho Próximo) do JWST. A luz da estrela hospedeira foi bloqueada por um coronógrafo, permitindo que o brilho fraco do planeta se tornasse visível. “Doing this is very technically challenging,” disse W. Balmer, membro da equipe de pesquisa. Hoje, dos aproximadamente 6.000 exoplanetas conhecidos, somente uma fração foi diretamente imagem. A inclinação e a configuração excêntrica das órbitas dos planetas no sistema 14 Herculis são vantajosas para a técnica de imagem direta, que é desafiadora devido ao brilho intenso das estrelas em comparação com os planetas. Neste caso, a configuração peculiar pode ser resultado da ejeção de um terceiro planeta massivo, que levou os restantes a um estado turbulento de “guerra gravitacional”.
Próximos passos
Os cientistas pretendem investigar mais a atmosfera de 14 Her c. O JWST já detectou dióxido de carbono e monóxido de carbono em temperaturas onde metano seria esperado. Balmer afirma que isso sugere que “strong updrafts carry hot gases from deep within the atmosphere to colder upper layers” e, portanto, gases quentes podem estar dificultando a dissipação do calor, tornando o planeta mais frio e menos brilhante do que o esperado. “We want to understand how these planets change, because we want to understand how we got here,” afirmou Balmer. Com essa nova imagem, os pesquisadores esperam ampliar o entendimento sobre a formação e a evolução de sistemas planetários, incluindo o nosso.
Essa conquista não apenas gera novas informações sobre exoplanetas, mas reforça o impacto contínuo da exploração espacial no avanço do conhecimento humano sobre o universo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)