
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos revelaram novas informações sobre a nuvem molecular Sagittarius B2, localizada no centro da Via Láctea. A pesquisa, realizada com o telescópio espacial Webb, destaca a atividade intensa de formação estelar neste intrigante ambiente galáctico.
Contexto da descoberta
Sagittarius B2, uma nuvem monumental composta de gás e poeira, possui uma massa aproximadamente 3 milhões de vezes superior à do Sol, situando-se a cerca de 27.000 anos-luz da Terra e a apenas 390 anos-luz do centro da Via Láctea. Este é o mais massivo e ativo local de formação de estrelas na Galáxia, responsável por 50% das estrelas formadas naquela região, apesar de ocupar apenas 10% do material necessário.
Essa atividade é especialmente significativa devido à proximidade da nuvem com o buraco negro supermassivo conhecido como Sagittarius A*, que intensifica a complexidade do ambiente estelar local.
Métodos e resultados
Os pesquisadores utilizaram as técnicas de observação do telescópio Webb, incluindo os instrumentos NIRCam (Near-Infrared Camera) e MIRI (Mid-Infrared Instrument). Estas abordagens permitiram a identificação de jovens estrelas e da poeira quente que as cerca em detalhes sem precedentes.
A luz infravermelha detectada pelo Webb consegue passar por algumas das espessas nuvens da área, revelando estrelas jovens e a poeira quente que as envolve.
(“The infrared light that Webb detects is able to pass through some of the area’s thick clouds to reveal young stars and the warm dust surrounding them.”)— Astrônomos do Webb
A análise das imagens capturadas mostra não apenas áreas brilhantes repletas de estrelas, mas também regiões densas e escuras que são invisíveis até mesmo para o Webb, desafiando as teorias atuais sobre a formação estelar em ambientes tão ricos em material cósmico.
Implicações e próximos passos
Os resultados indicam que, embora a Sagittarius B2 tenha apenas 10% do gás do centro galáctico, ela é responsável por metade da produção estelar dessa região. Isso levanta questões sobre os mecanismos por trás de sua notável taxa de formação de estrelas.
Estamos ansiosos para entender por que a formação estelar no centro galáctico é tão desproporcional, apesar do material gasoso abundante no espaço.
(“We hope Webb will shed light on why star formation in the Galactic center is so disproportionate.”)— Astrônomos do Webb
As investigações futuras se concentrarão em determinar se a formação está ocorrendo de maneira contínua por milhões de anos ou se algum processo desconhecido a desencadeou recentemente. A pesquisa está prestes a publicar novas descobertas que poderão influenciar o entendimento sobre a dinâmica de formação estelar em toda a Galáxia.
Este estudo não só avança o conhecimento sobre Sagittarius B2, mas também abre novas linhas de investigação sobre a formação e evolução das estrelas em ambientes galácticos complexos.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)