
São Paulo — InkDesign News —
Pesquisadores do Instituto de Ciência de Tóquio descobriram novas evidências de que ecossistemas ricos em ferro desempenharam um papel crucial na transição da Terra para um planeta com oxigênio, há aproximadamente 2,3 bilhões de anos.
Detalhes da missão
A pesquisa, liderada pela pesquisadora de pós-graduação Fatima Li-Hau e supervisionada pelo professor associado Shawn McGlynn, enfocou cinco fontes termais no Japão. Essas fontes eram ricas em ferro ferroso, apresentando baixos níveis de oxigênio e um pH quase neutro, características que refletem a composição química dos oceanos da Terra durante o Evento de Oxidação Grande (GOE).
Tecnologia e objetivos
Dentro dessas fontes termais, a equipe encontrou comunidades microbianas que lembram os ecossistemas transicionais da era pré-oxigênio. Quatro das cinco fontes apresentaram predominância de bactérias microaerofílicas oxidantes de ferro, enquanto as cianobactérias estavam presentes em números menores. O estudo metagenômico revelou que os microrganismos que metabolizavam o ferro também conseguiam utilizar o oxigênio produzido como resíduo pelas cianobactérias durante a fotossíntese.
“Essas fontes termais ricas em ferro fornecem um laboratório natural único para estudar o metabolismo microbiano em condições semelhantes à Terra primitiva durante a transição do Arqueano para o Proterozoico, marcada pelo Evento de Oxidação Grande.”
(“These iron-rich hot springs provide a unique natural laboratory to study microbial metabolism under early Earth-like conditions during the late Archean to early Proterozoic transition, marked by the Great Oxidation Event.”)— Shawn McGlynn, Professor Associado, Instituto de Ciência de Tóquio
Próximos passos
Os pesquisadores também revelaram que essas comunidades microbianas desempenham importantes ciclos de carbono e nitrogênio como parte de seus processos biológicos. Curiosamente, descobriram um ciclo de enxofre parcial, embora as fontes termais tivessem poucos compostos sulfurosos para apoiar tal atividade. Portanto, é possível que os microrganismos realizem um ciclo de enxofre “críptico”, cujo funcionamento ainda não compreendemos totalmente.
“Ao compreendermos ambientes modernos análogos, oferecemos uma visão detalhada dos potenciais metabólicos e da composição de comunidades relevantes para as condições da Terra primitiva.”
(“By understanding modern analog environments, we provide a detailed view of metabolic potentials and community composition relevant to early Earth’s conditions.”)— Fatima Li-Hau, Pesquisadora de Pós-Graduação, Instituto de Ciência de Tóquio
Essas descobertas oferecem uma nova perspectiva sobre como a vida se adaptou durante uma das maiores transições da Terra e incentivam novos estudos das comunidades microbianas encontradas em fontes termais, contribuindo significativamente para o avanço do nosso conhecimento sobre as origens da vida no planeta.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)