
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores descobriram que Ariel, uma das luas geladas de Urano, pode ter ocultado um vasto oceano sob sua crosta congelada. A análise sugere que esse mundo pode ter condições favoráveis para a vida em sua história passada.
Detalhes da missão
Conduzido por Caleb Strom da Universidade do Norte Dakota, o estudo examinou a estrutura interna passada de Ariel e a excentricidade orbital — a forma como sua órbita se afastava de um círculo perfeito — para entender as características dramáticas de sua superfície. O trabalho, publicado na edição de janeiro de 2026 da revista Icarus, modelou como a gravidade de Urano afetou Ariel ao longo do tempo, o que resultou no fraturamento e reconfiguração de sua crosta de gelo.
Tecnologia e objetivos
Os pesquisadores indicaram que a excentricidade orbital de Ariel, no passado, era de cerca de 0,04, aproximadamente 40 vezes maior do que a apresentada atualmente. Isso teria tornado sua órbita quatro vezes mais excêntrica do que a de Europa, uma das luas geladas de Júpiter. “Precisamos de um oceano para criar as fraturas que vemos na superfície de Ariel”, comentou Alex Patthoff, coautor do estudo e cientista sênior do Instituto de Ciências Planetárias no Arizona.
“Precisamos de um oceano para criar as fraturas que vemos na superfície de Ariel.”
(“We need an ocean to create the fractures we are seeing on Ariel’s surface.”)— Alex Patthoff, Cientista Sênior, Instituto de Ciências Planetárias
Próximos passos
Os resultados impulsionam a necessidade de uma missão dedicada a Urano. O Uranus Orbiter and Probe, recomendado como a missão de maior prioridade pela pesquisa decadal das Academias Nacionais, poderia proporcionar informações valiosas sobre a dinâmica do sistema uraniano, incluindo suas luas e anéis. Embora o financiamento ainda não tenha sido alocado pelo Congresso, “precisamos voltar ao sistema Urano e ver por nós mesmos”, afirmou Tom Nordheim, coautor do estudo e investigador principal no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.
“Precisamos voltar ao sistema Urano e ver por nós mesmos.”
(“Ultimately, we just need to go back to the Uranus system and see for ourselves.”)— Tom Nordheim, Investigador Principal, Universidade Johns Hopkins
Essa pesquisa não apenas revela a possível existência de oceanos ocultos em luas de Urano, mas também destaca a importância das subsuperfícies oceânicas em nossa busca por vida no cosmos. A possibilidade de oceanos “gêmeos” em Urano representa um avanço significativo na exploração espacial e nas nossas compreensões sobre os limites da habitabilidade em ambientes extremos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)