
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos descobriram um novo planeta errante, identificado em dados arquivados coletados pelo Telescópio Espacial Hubble, em uma descoberta que combina um pouco de sorte com a ajuda do gênio Albert Einstein.
Detalhes da missão
O planeta, classificado como um “livre-flutuante”, foi designado como OGLE-2023-BLG-0524 e foi observado pelo Hubble em 22 de maio de 2023. Este evento de microlente ocorreu na direção do bulbo galáctico e foi também detectado pelo Optical Gravitational Lensing Experiment (OGLE) e pela Korea Microlensing Telescope Network (KMTNet). O tempo de duração do evento foi de apenas oito horas, tornando-o um dos mais curtos já registrados.
Tecnologia e objetivos
Para detectar esses planetas errantes, os cientistas utilizaram a técnica de microlente gravitacional. Esta técnica, primeiro prevista por Einstein em 1915, se baseia na curvatura da luz causada pela gravidade de objetos massivos. O professor Przemek Mroz, membro da equipe de estudo, ressaltou a importância dessa técnica:
“Para encontrar esses objetos evasivos, usamos uma técnica chamada microlente gravitacional.”
(“To find these elusive objects, we use a technique called gravitational microlensing.”)— Przemek Mroz, Professor, Universidade de Varsóvia
A detecção de planetas dessa natureza é desafiadora, já que fazem parte de um grupo que não orbita uma estrela, flutuando sozinhos no espaço. A ausência de luz emitida pelo planeta impõe limitações às técnicas convencionais de detecção.
Próximos passos
A equipe está agora focada em determinar se o objeto lensador é realmente um planeta errante ou um planeta associado a uma estrela em uma órbita ampla. Mroz observou que,
“Se conseguirmos detectar luz do objeto lensador nesse ponto, saberemos que não é completamente livre-flutuante.”
(“If we detect light from the lensing object at that point, we’ll know it’s not completely free-floating.”)— Przemek Mroz, Professor, Universidade de Varsóvia
O desafio se concentra na pequena distância que haverá entre o planeta e a estrela de fundo, que fará com que seu movimento aparente seja muito sutil, exigindo pelo menos uma década para que os instrumentos atuais, como o Hubble, consigam resolvê-los. O telescópio foi utilizado em 1997 para observar a mesma região do céu, proporcionando uma oportunidade única para verificar a presença de uma estrela associada ao objeto lensador.
A descoberta de OGLE-2023-BLG-0524 não apenas avança nosso entendimento sobre planetas errantes, mas também indica que muitos outros eventos semelhantes podem estar escondidos em dados já coletados por telescópios como o Hubble, ampliando as fronteiras do conhecimento humano na exploração espacial.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)