
São Paulo — InkDesign News — Cientistas da China desenvolveram um método inovador que permite a produção de oxigênio e metano a partir do solo lunar, representando um avanço significativo para futuras missões de colonização e exploração do espaço. A pesquisa foi publicada em 16 de julho na revista Joule.
Detalhes da missão
A equipe de cientistas, liderada por Lu Wang, da Universidade Chinesa de Hong Kong, examinou a construção de um sistema integrado para extração e utilização de recursos lunares. O encontro de água no solo lunar, especificamente em crateras permanentemente sombreadas, abre possibilidades para minimizar a dependência de suprimentos terrestres, que envolvem custos exorbitantes — US$ 83.000 para o transporte de um galão de água da Terra para a Lua. Cada astronauta requer cerca de 4 galões por dia.
Tecnologia e objetivos
A abordagem inovadora consiste no uso do regolito lunar como catalisador para quebrar moléculas de dióxido de carbono e combiná-las com água extraída. “O que é novo aqui é o uso do solo lunar como catalisador para quebrar moléculas de dióxido de carbono e combiná-las com água extraída para produzir metano,” afirmou Philip Metzger, físico planetário da Universidade Central da Flórida.
A eficiência da utilização de energia e a redução da complexidade de desenvolvimento de infraestrutura foram os principais objetivos que surpreenderam a equipe.
(“The biggest surprise for us was the tangible success of this integrated approach.”)— Lu Wang, Químico, Universidade Chinesa de Hong Kong
Esse metano pode servir como combustível para foguetes, apresentando vantagens em relação ao hidrogênio líquido, uma vez que é mais estável e requer menos maquinário para armazenamento na Lua.
Próximos passos
Os próximos desafios incluem a escalabilidade da tecnologia e sua viabilidade em condições lunares extremas que apresentam flutuações de temperatura significativas e radiação intensa. Metzger apontou que a eficiência da extração de água pode ser comprometida, dado que o regolito lunar é um insulador térmico eficaz, dificultando a propagação do calor. Além disso, a quantidade de dióxido de carbono disponível pode não ser suficiente apenas através da respiração dos astronautas, com estimativas sugerindo que eles poderiam fornecer apenas um décimo do necessário.
A aplicação de dióxido de carbono é um ponto crítico que merece atenção adicional e alternativas.
(“There’s a question mark over whether astronauts could produce enough carbon dioxide through their normal exhalation.”)— Philip Metzger, Físico Planetário, Universidade Central da Flórida
Os experimentos planejados para os futuros voos da missão Artemis, com o objetivo de devolver astronauts à superfície lunar a partir de 2027, serão cruciais para validar essas inovações tecnológicas.
A pesquisa e inovações que emergem deste estudo têm o potencial de transformar o entendimento e a prática da exploração espacial, abrindo caminho para uma presença humana sustentável na Lua e, eventualmente, em Marte.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)