
São Paulo — InkDesign News — Um estudo recente baseado em dados da sonda Dawn da NASA, que orbitou o grande asteroide Vesta entre 2011 e 2012, revelou que Vesta pode ser um fragmento de um planeta maior que foi arrancado por uma colisão catastrófica há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, desafiando a ideia anterior de que seria um protoplaneta em formação.
Detalhes da missão
A sonda Dawn chegou a Vesta em julho de 2011 e realizou uma série de medições detalhadas de sua gravidade e movimento orbital. A missão permitiu a coleta de dados que possibilitaram a modelagem do momento de inércia do asteroide, um parâmetro crucial para entender sua estrutura interna. Com cerca de 525 km de diâmetro, Vesta é o segundo maior objeto do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. A análise inicial de Dawn em 2012 indicava que Vesta era um corpo diferenciado, possuindo crosta, manto e um núcleo metálico, característica típica de protoplanetas.
Tecnologia e objetivos
Para determinar a diferenciação interna de Vesta, cientistas utilizaram a técnica de medir o momento de inércia com base em alterações Doppler nos sinais de rádio enviados pela sonda, combinados com imagens que detalhavam a posição do polo rotacional e a velocidade de giro do asteroide. Essa metodologia é análoga a um patinador no gelo que gira mais rápido ao recolher os braços, refletindo a distribuição de massa interna. O objetivo era caracterizar a estrutura interna para validar hipóteses sobre a formação dos corpos rochosos no sistema solar primordial.
“A ausência de um núcleo foi muito surpreendente”
(“The lack of a core was very surprising”)— Seth Jacobson, Michigan State University
Próximos passos
Com a revisão dos dados de gravidade utilizando técnicas aprimoradas, a conclusão atual é que Vesta não possui um núcleo denso, contradizendo a teoria da diferenciação completa. Isso gera uma aparente contradição, pois a superfície do asteroide é coberta por materiais vulcânicos bálticos, indicando atividade magmática, mas o interior não parece ter experimentado o processo esperado de separação de elementos pesados.
A hipótese preferida por Jacobson é que Vesta seja um fragmento de um planeta maior que foi arrancado por um impacto gigantesco, o que explicaria a presença de rocha vulcânica sem a diferenciação interna. A pesquisa indica também que outros asteroides podem ter origens semelhantes, desafiando paradigmas sobre a população desses corpos celestes. Missões futuras, como NASA Psyche, OSIRIS-APEX e ESA Hera, utilizarão técnicas similares para investigar suas estruturas internas.
“A coleção de meteoritos de Vesta não é mais uma amostra de um corpo no espaço que não conseguiu se tornar um planeta, mas podem ser pedaços de um planeta antigo antes de sua completa formação”
(“No longer is the Vesta meteorite collection a sample of a body in space that failed to make it as a planet. These could be pieces of an ancient planet before it grew to full completion.”)— Seth Jacobson, Michigan State University
O avanço no entendimento sobre Vesta contribui significativamente para o conhecimento sobre a formação e evolução dos corpos celestes no sistema solar, oferecendo novos insights sobre processos planetários e a dinâmica das colisões iniciais que moldaram nosso sistema planetário.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)