
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos, utilizando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), fizeram descobertas sobre uma “estrela falhada”, um anão marrom denominado “O Acidente”, cujos resultados podem esclarecer mistérios sobre os gigantes gasosos do sistema solar, Júpiter e Saturno.
Detalhes da missão
A investigação do anão marrom “O Acidente”, situado a 50 anos-luz da Terra e com uma idade estimada entre 10 e 12 bilhões de anos, foi possibilitada pela tecnologia avançada do JWST. Esse objeto, um dos mais antigos já observados, apresenta características tanto de anões marrons jovens quanto de estrelas falhadas antigas. “Às vezes, são os objetos extremos que nos ajudam a entender o que está acontecendo nos comuns”, afirmou Jacqueline Faherty, pesquisadora do Museu Americano de História Natural. A missão teve início após a descoberta acidental do objeto em 2020 pelo NEOWISE, um telescópio agora aposentado.
Tecnologia e objetivos
O JWST, a mais poderosa infraestrutura espacial atualmente disponível, possibilitou a análise detalhada de O Acidente. Esta missão resultou na descoberta de uma molécula inesperada, inicialmente não identificada, que se revelou ser o silano. Cientistas acreditam que o silano, representativo da presença de silício nas atmosferas dos gigantes gasosos, ilustra uma formação distinta dos ambientes planetários. Peter Eisenhardt, membro da equipe, explicou: “Um anão marrom é uma bola de gás como uma estrela, mas sem um reator de fusão interna”. Os dados coletados podem oferecer uma nova perspectiva sobre a química de mundos distantes.
Próximos passos
Os pesquisadores planejam continuar a investigação sobre os anões marrons como proxies para exoplanetas, que muitas vezes são ofuscados pela luz de suas estrelas mães. Este trabalho pode oferecer insights sobre condições de habitabilidade em mundos além do sistema solar. Faherty destacou: “Estamos preparando cientistas que um dia terão que realizar análises químicas para planetas potencialmente semelhantes à Terra”. A equipe teve seu trabalho publicado na revista Nature em 4 de setembro.
O impacto dessas descobertas é significativo, pois expandem nosso entendimento sobre a formação de planetas e as complexidades atmosféricas em ambientes extraterrestres, contribuindo para o avanço da exploração espacial e do conhecimento humano.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)