
São Paulo — InkDesign News — Dois estudos recentes apresentados no Congresso de Ciência Europlanet em Helsinque trouxeram avanços significativos no entendimento do comportamento de asteroides e na identificação de métodos para desviar rochas espaciais potencialmente perigosas da Terra.
Detalhes da missão
A pesquisa foi conduzida por duas equipes de cientistas, uma liderada por Wen-Han Zhou, da Universidade de Tóquio, e outra por Rahil Makadia, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign. Os estudos focaram no impacto de colisões anteriores na rotação dos asteroides e na identificação de áreas seguras para missões de desvio. Utilizando dados da missão Gaia da Agência Espacial Europeia, os pesquisadores analisaram a rotação dos asteroides em relação ao número de impactos sofridos, assim como as melhores regiões para um impacto cinético. O cronograma e a carga útil ainda não foram detalhados, mas os modelos usados envolvem simulações de milhões de impactos.
Tecnologia e objetivos
Os pesquisadores utilizaram aprendizado de máquina para analisar o vasto conjunto de dados sobre padrões de luz dos asteroides coletados pela missão Gaia. O foco estava em entender como as colisões e a fricção interna influenciam a rotação dos asteroides. Zhou declarou a importância da pesquisa ao sublinhar que “revelamos a física oculta que molda a rotação dos asteroides e abrimos uma nova janela para o interior desses mundos antigos”
(“By leveraging Gaia’s unique dataset, advanced modelling and AI tools, we’ve revealed the hidden physics shaping asteroid rotation, and opened a new window into the interiors of these ancient worlds.”)— Wen-Han Zhou, Pesquisador, Universidade de Tóquio.
Adicionalmente, a equipe de Makadia explorou a dinâmica dos impactos, buscando identificar áreas em asteroides que poderiam reduzir a probabilidade de um retorno indesejado à órbita da Terra. “Mesmo que empurremos intencionalmente um asteroide para longe da Terra com uma missão espacial, devemos garantir que ele não escorregue para um desses pontos chave depois”
(“Even if we intentionally push an asteroid away from Earth with a space mission, we must make sure it doesn’t drift into one of these keyholes afterwards.”)— Rahil Makadia, Pesquisador, Universidade de Illinois.
Próximos passos
Com a entrada em operação de novos telescópios e observatórios, como o Vera C. Rubin Observatory, os cientistas esperam aplicar essas metodologias a uma amostra ampliada de asteroides. Este avanço promete aumentar significativamente a precisão dos dados sobre a evolução e a estrutura desses corpos celestes. Estima-se que novas missões podem ser planejadas usando apenas observações baseadas na Terra, embora missões de encontro próximas sejam preferidas para análises detalhadas no futuro.
O impacto desses estudos é crucial para o desenvolvimento de estratégias de defesa planetária. O conhecimento adquirido não apenas aperfeiçoa os métodos de desvio de asteroides, mas também enriquece nossa compreensão sobre a composição do Sistema Solar.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)