
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa da Universidade de York, no Reino Unido, sugere que a matéria escura, que compõe mais de 80% da massa do universo, pode emitir uma sutil coloração quando a luz atravessa regiões ricas em sua presença.
Detalhes da missão
O estudo teórico, publicado em Physics Letters B, apresenta cálculos detalhados sobre como a luz pode interagir indiretamente com a matéria escura. Os pesquisadores afirmam que, embora as interações sejam extremamente sutis e não detectáveis pelos telescópios atuais, futuros observatórios ultra-sensíveis poderiam medir esses efeitos. Básicamente, a pesquisa introduz a hipótese de que a luz passando por áreas densas de matéria escura poderá apresentar uma leve coloração vermelha ou azul, dependendo do tipo de matéria escura presente.
Tecnologia e objetivos
Os cientistas utilizaram um modelo baseado nas características de partículas massivas que interagem fracamente (WIMPs). Se a matéria escura for feita de WIMPs, a luz que passa por essas regiões perderia primeiramente os fótons azuis de alta energia, resultando em um tom sutilmente vermelho. Por outro lado, se a interação ocorrer apenas através da gravidade, poderia ocorrer um leve deslocamento azul. Isso implica que, em casos de galáxias distantes, a luz pode parecer levemente alterada dependendo da localidade da matéria escura.
“É uma ideia fascinante, e o que é ainda mais emocionante é que, sob certas condições, essa ‘cor’ poderia realmente ser detectável.”
(“It’s a fascinating idea, and what is even more exciting is that, under certain conditions, this ‘colour’ might actually be detectable.”)— Mikhail Bashkanov, Coautor do Estudo, Universidade de York
Próximos passos
Os pesquisadores acreditam que a detecção desses deslocamentos exigirá telescópios de alta precisão e análises meticulosas da luz que viajou bilhões de anos-luz. Observatórios como o Telescópio Extremamente Grande Europeu e o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman da NASA estão entre as futuras plataformas capazes de testar essas previsões. Bashkanov comentou que, “nossos resultados mostram que podemos restringir onde e como devemos olhar no céu”, refletindo uma direção mais otimizada para pesquisas sobre a matéria escura.
Se confirmadas, as descobertas podem proporcionar uma nova janela de observação sobre a matéria escura, aproximando os cientistas de solucionar um dos maiores mistérios da cosmologia e contribuindo para o avanço do conhecimento humano sobre a estrutura do universo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)