
São Paulo — InkDesign News — Um buraco negro supermassivo distante talvez tenha subestimado suas capacidades, ao tentar devorar uma estrela que não apenas escapou de suas garras, mas também retornou para um segundo encontro.
Detalhes da missão
Pesquisadores detectaram uma série de flares luminosos provenientes da estrela designada AT 2022dbl, que indicam a sobrevivência de sua primeira aproximação com o buraco negro. A primeira chama foi seguida por uma segunda, ocorrendo aproximadamente 700 dias depois. Essa descoberta marca a primeira evidência de uma estrela escapando de um encontro destrutivo com um buraco negro supermassivo e retornando para um segundo “morde”. A equipe de pesquisa descartou a possibilidade de que as flares fossem causadas por dois objetos distintos, concluindo que eram resultantes de dois “mordiscos” da mesma estrela.
Tecnologia e objetivos
As flares observadas são frequentemente associadas a eventos de ruptura das marés (TDEs), que ocorrem quando estrelas próximas são rasgadas pela imensa gravidade de buracos negros. O fenômeno também conhecido como “spaghettificação” resulta no estiramento da estrela, criando material que pode ser gradualmente consumido. O processo gera calor e luz, permitindo que os astrônomos estudem a região em torno do buraco negro. O comportamento inesperado de algumas TDEs nos últimos anos levou a equipe a questionar se os buracos negros poderiam preferir devorar suas “refeições” lentamente, ao invés de destruí-las imediatamente.
Próximos passos
A equipe agora investiga se a estrela conseguirá retornar para um terceiro encontro, que poderia ocorrer em 2026, seguindo o mesmo intervalo de 700 dias. “Se conseguirmos observar uma terceira flare, isso indicará que a segunda também foi apenas uma disrupção parcial da estrela”, afirmou Iair Arcavi, membro da equipe e pesquisador da Universidade de Tel Aviv. Caso a terceira flare não ocorra, isso sugeriria que o segundo encontro foi fatal para a estrela. Nesta hipótese, a semelhança entre as flares originais implicaria que eventos não fatais e fatais poderiam parecer idênticos, um conceito que os cientistas tinham previsto, mas nunca observado diretamente.
A presente descoberta implica uma evolução nas interpretações sobre como os buracos negros interagem com as estrelas e pode reverberar através das comunidades de pesquisadores dedicadas ao estudo das dinâmicas galácticas.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)