
São Paulo — InkDesign News — Um novo estudo sugere que uma estrutura em Plutão, anteriormente designada como cratera de impacto, pode ser na verdade a caldeira de um supervulcão que entrou em atividade nos últimos milhões de anos. A pesquisa foi apresentada durante a conferência Progress in Understanding the Pluto System: 10 Years After Flyby em Maryland.
Detalhes da missão
A missão New Horizons da NASA, que sobrevoou Plutão em julho de 2015, revelou um mundo geologicamente rico, desafiando as expectativas de um ambiente frio e sombrio. As observações iniciais identificaram características, como Wright Mons e Piccard Mons, que são considerados vulcões de gelo. A estrutura Kiladze, inicialmente classificada como cratera de impacto, foi reavaliada com base nas características geológicas e no suprimento de gelo ao seu redor.
Tecnologia e objetivos
Os dados topográficos de Plutão, gerados pela equipe do New Horizons, mostraram que a profundidade da “cratera” Kiladze é maior do que a esperada para uma característica de impacto desse tamanho. Em média, a profundidade da estrutura é de cerca de 3 km, o que sugere que se trata, de fato, de uma caldeira vulcânica. Os cientistas envolvidos na pesquisa, liderados por Al Emran, acreditam que a erupção que formou Kiladze poderia ter expelido até 1.000 km³ de criomagma, classificando-a como um supervulcão. Emran afirmou:
Acreditamos que pode ser mais parecida com a Caldeira de Yellowstone, em Wyoming.
(“We think it’s more like Yellowstone Caldera in Wyoming.”)— Al Emran, Cientista Planetário, Jet Propulsion Laboratory
Próximos passos
Os pesquisadores planejam investigar mais a fundo a composição do gelo ao redor de Kiladze, especialmente uma substância amoniacal identificada que pode ser crucial para entender a origem do criomagma. A análise contínua de dados e a busca por sinais de atividades vulcânicas recentes fornecerão informações sobre a geologia interna de Plutão. “Se Kiladze erupcionou há apenas 3 milhões de anos, isso sugere que o interior de Plutão pode ainda reter algum calor residual hoje”, concluiu Emran. Esse tipo de atividade vulcânica pode indicar que Plutão não é tão inerte quanto se pensava.
A descoberta da estrutura Kiladze e a possibilidade de atividade vulcânica em Plutão destacam a complexidade geológica dos corpos celestes em nosso sistema solar, ampliando nosso entendimento sobre a formação e evolução dos planetas anões.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)