
São Paulo — InkDesign News — Físicos e cientistas da Universidade do Texas em San Antonio e do Instituto de Pesquisa Southwest anunciaram avanços significativos na compreensão da distribuição do peróxido de hidrogênio (H2O2) na lua gelada Europa, de Júpiter, e no que isso pode significar para sua habitabilidade. As novas descobertas foram publicadas no Planetary Science Journal no último dia 21 de julho.
Detalhes da missão
A missão da equipe de pesquisa se concentra na análise do H2O2 e do dióxido de carbono (CO2) na superfície de Europa, particularmente nas áreas conhecidas como terrenos de caos, onde a distribuição química se opõe às previsões anteriores. Com base em observações do telescópio James Webb, a equipe investigou a relação entre a presença de CO2 e a produção de H2O2. Os estudos de laboratório indicavam que o peróxido se concentraria nas regiões polares frias, enquanto dados do JWST sugerem o contrário.
Tecnologia e objetivos
Os cientistas usaram uma câmara de vácuo para simular o ambiente da superfície de Europa, misturando gelo de água com CO2 e irradiando-o com elétrons energéticos. Este método inovador revelou que pequenas quantidades de CO2 podem aumentar significativamente a produção de peróxido de hidrogênio. “Em nossos experimentos, observamos que até mesmo pequenas quantidades de CO2 no gelo de água podem aumentar bastante a produção de H2O2 a temperaturas semelhantes às encontradas na superfície de Europa”, disse Bereket Mamo, estudante de graduação.
A presença de CO2 pode estar modificando a química do gelo.
(“Could the presence of CO2 drive the enhanced peroxide production in Europa’s chaos regions, signaling a surface composition more conducive to the formation of this radiolytic oxidant?”)— Richard Cartwright, Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins
Próximos passos
As descobertas prometem abrir novos caminhos para futuras investigações sobre a habitabilidade de Europa. A missão Europa Clipper da NASA e a missão JUICE da ESA têm como objetivo explorar mais profundamente as características da lua e suas potencialidades para abrigar vida. “Nossos experimentos fornecem pistas para uma melhor compreensão das observações do JWST sobre Europa e servem como prelúdio para investigações de proximidade”, afirmou Cartwright.
O reconhecimento do impacto químico do H2O2 e do CO2 na lua Europa pode ser essencial para compreendermos não apenas a composição do corpo celeste, mas também suas implicações astrobiológicas em busca de vida fora da Terra. A exploração contínua dessas regiões poderá revolucionar nosso entendimento sobre a formação e a sustentabilidade da vida em ambientes extremos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)