
São Paulo — InkDesign News — Cientistas de um consórcio internacional apresentaram novas evidências de que rovers inspirados em erva daninha poderiam operar na superfície de Marte, aproveitando ventos fortes para coletar dados científicos. Os testes foram realizados em túnel de vento durante a primavera de 2025.
Detalhes da missão
A equipe chamada Team Tumbleweed, liderada por James Kingsnorth da Universidade de Tecnologia de Delft, testou protótipos em um ambiente controlado em um antigo pedreira na Holanda. O protótipo, denominado Tumbleweed Science Testbed, adquiriu dados ambientais enquanto se movia por terrenos variados. Em julho de 2025, os testes foram estendidos ao Facility Environment da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, onde protótipos de diferentes tamanhos foram submetidos a simulações de vento e baixa pressão atmosférica.
Tecnologia e objetivos
Os rovers em forma de esfera são projetados para capturar dados enquanto se movimentam devido ao vento. Esses dispositivos, que alcançaram uma velocidade mínima necessária de 9 a 10 metros por segundo (30 a 33 pés por segundo) para se deslocarem, foram capazes de subir inclinações de até 11,5 graus – um parâmetro que, dada a baixa gravidade marciana, corresponde a uma inclinação significativa. “Os testes mostraram que as velocidades do vento necessárias para movimentar os rovers poderiam ser ainda menores do que previmos”, afirmou Mário João Carvalho de Pinto Balsemão, cientista da missão.
“Os resultados são conservadores, pois os pesos dos protótipos usados nos experimentos são exagerados em comparação ao real, então as velocidades do vento podem ser ainda mais baixas.”
(“The results are conservative, as the weights of the scaled prototypes used in the experiments are exaggerated compared to the real thing, so the threshold wind speeds for setting the rovers rolling could be even less.”)— Mário João Carvalho de Pinto Balsemão, Cientista da Missão, Universidad de Lisboa
Próximos passos
A equipe planeja realizar testes adicionais no deserto de Atacama, no Chile, em novembro de 2025, utilizando instrumentos mais sensíveis para validar a coleta de dados em condições reais. Apesar de os rovers não terem sido adotados oficialmente por agências espaciais para futuras missões a Marte, o desenvolvimento dessa tecnologia visa posicionar o projeto para futuras seleções.
“Os resultados de Aarhus apoiam nosso modelo, que prevê que um rover típico poderia percorrer cerca de 422 quilômetros ao longo de 100 sols marcianos.”
(“The results from Aarhus support our modeling, which shows that an average tumbleweed rover – following the daily shifts and day–night cycles of the wind — could travel about 422 kilometers [262 miles] over 100 Martian sols.”)— Mário João Carvalho de Pinto Balsemão, Cientista da Missão, Universidad de Lisboa
A adoção de rovers em formato de erva daninha pode revolucionar a exploração do planeta vermelho, permitindo a coleta simultânea de dados de diversas localidades e contribuindo para um entendimento mais amplo dos processos atmosféricos e de superfície em Marte.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)