
São Paulo — InkDesign News — Uma pequena esfera de vidro, coletada pela missão lunar Chang’e-5 da China, revela novos insights sobre as profundezas ocultas da Lua, oferecendo dados sobre os processos geológicos que moldaram sua superfície ao longo de milhões de anos.
Detalhes da missão
Em 2020, a missão Chang’e-5 coletou 1,7 quilogramas de rochas e solo na região conhecida como Oceanus Procellarum, um extenso plano de lava na face próxima da Lua. A missão teve como objetivo trazer amostras de volta à Terra pela primeira vez desde a missão soviética Luna 24, em 1976.
Tecnologia e objetivos
A análise do material coletado identificou uma esferinha de vidro com uma estrondosa riqueza em óxido de magnésio, contrastando com as rochas vulcânicas predominantes da região. A composição química aponta para uma origem ligada a uma intensa atividade lunar ocorrida há aproximadamente 68 milhões de anos, possivelmente resultante de um impacto de asteroide que expeliu material do manto superior lunar. O professor Tim Johnson, da Universidade Curtin, ressaltou:
“Isso é um grande avanço para entender como a Lua evoluiu internamente.
(“This is a big step forward in understanding how the moon evolved internally.”)— Tim Johnson, Professor de Geologia, Universidade Curtin
Próximos passos
Em colaboração com instituições ao redor do mundo, incluindo dos Estados Unidos, França, Alemanha, Japão e Paquistão, pesquisadores continuarão a investigar as amostras para responder questões sobre a vulcanismo lunar, que aparenta ter ocorrido até 120 milhões de anos atrás. O professor Alexander Nemchin destacou:
“Estamos empolgados, pois nunca antes amostras do manto foram coletadas diretamente.
(“This is exciting, because we’ve never sampled the mantle directly before.”)— Alexander Nemchin, Professor de Geologia Aplicada, Universidade Curtin
Esta pesquisa não apenas representa um progresso significativo na compreensão da evolução geológica da Lua, mas também oferece um potencial rico para expandir nosso conhecimento sobre a formação do sistema solar e os mecanismos que moldaram outros corpos celestes.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)