
São Paulo — InkDesign News — Cientistas identificaram a presença de gás metano no planeta anão Makemake, revelando que esse corpo distante é um mundo dinâmico e gelado. A descoberta foi realizada por uma equipe do Southwest Research Institute (SwRI) utilizando o telescópio espacial James Webb (JWST).
Detalhes da missão
A pesquisa acerca de Makemake foi conduzida com dados coletados pelo JWST, que detectou metano na superfície deste corpo celeste. Com cerca de 890 milhas (1.430 quilômetros) de diâmetro, o planeta anão é aproximadamente dois terços do tamanho de Plutão. A missione foi crucial para entender a composição atmosférica de Makemake, um dos maiores e mais luminosos mundos além de Netuno.
Tecnologia e objetivos
O JWST, um dos instrumentos mais avançados da NASA, utilizou uma assinatura espectral distintiva da luz solar reemessa por moléculas de metano para confirmar a presença do gás. Segundo Silvia Protopapa, autora principal do estudo, “O telescópio Webb agora revelou que o metano também está presente na fase gasosa acima da superfície, uma descoberta que torna Makemake ainda mais fascinante”
(“The Webb telescope has now revealed that methane is also present in the gas phase above the surface, a finding that makes Makemake even more fascinating”).
A detecção de metano pode sugerir a presença de uma atmosfera tenra ou uma atividade mais transitória, similar àquela observada em cometas, ou mesmo plumas criovolcânicas. O estudo indicou que a pressão de superfície em Makemake é de apenas 10 picobars, equivalente a 100 bilhões de vezes menos que a pressão atmosférica da Terra.
Próximos passos
O estudo considera a possibilidade de que o metano seja liberado em rajadas semelhantes a plumas, com simulações sugerindo que essa liberação poderia ocorrer a uma taxa de algumas centenas de quilos por segundo, comparável à atividade dos plumas de água da lua oceânica Encélado, de Saturno. Ian Wong, cientista do Space Telescope Science Institute, comentou, “Futuras observações do Webb em resolução espectral mais alta ajudarão a determinar se o metano se origina de uma finíssima atmosfera ou de uma liberação em pluma”
(“Future Webb observations at higher spectral resolution will help determine whether the methane arises from a thin bound atmosphere or from plume-like outgassing”).
O artigo intitulado “JWST Detection of Hydrocarbon Ices and Methane Gas on Makemake” está disponível no repositório de pré-impressão arXiv, ampliando as perspectivas para a pesquisa sobre o sistema solar externo.
Essas descobertas não apenas proporcionam insights sobre a natureza e a evolução de Makemake, mas também têm implicações mais amplas para a compreensão dos corpos celestes além de Netuno, avançando assim o conhecimento humano na exploração espacial.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)