
São Paulo — InkDesign News — Cientistas propuseram que antigas erupções vulcânicas explosivas em Marte podem ajudar a explicar indícios misteriosos de gelo enterrado nas regiões equatoriais do planeta vermelho. Essa descoberta foi detalhada em um estudo recente.
Detalhes da missão
Pesquisadores utilizaram modelos de clima marciano para simular erupções vulcânicas explosivas que ocorreram entre 4,1 e 3 bilhões de anos atrás. As missões Mars Odyssey e ExoMars Trace Gas Orbiter detectaram níveis elevados de hidrogênio próximos ao solo nas regiões equatoriais. Este estudo sugere que as erupções podem ter liberado vapor d’água que, ao congelar na atmosfera fria de Marte, poderia formar depósitos de gelo.
Tecnologia e objetivos
Os modelos computacionais indicam que uma única erupção de três dias poderia resultar em depósitos de gelo de até 5 metros de espessura na área ao redor de um vulcão. “Imagine como muito gelo poderia ser entregue após erupções repetidas ao longo de milhões de anos”, afirmou a autora do estudo, Saira Hamid, cientista planetária da Arizona State University em Tempe. “Vulcanismo explosivo poderia semear repetidamente as latitudes baixas com gelo e cinzas, produzindo depósitos de gelo enterrados ou isolados que ajudam a explicar os sinais de hidrogênio medidos perto do equador.”
Próximos passos
A equipe de pesquisa planeja investigar por meio de futuras missões sinais de gelo sob a cobertura de cinzas nas regiões equatoriais. Hamid também destacou que o hidrogênio detectado pode não se originar do gelo, mas sim de uma variedade de minerais. “Entender onde e como esses depósitos de gelo e cinzas se formaram pode ajudar a guiar a busca por biossinais passados ou mesmo preservados em Marte.”
A importância de localizar esses depósitos de gelo para futuras explorações humanas no planeta vermelho é notável. “Nossas descobertas sugerem que regiões vulcânicas podem ser alvos prioritários,” concluiu Hamid.
A pesquisa evidencia como as antigas erupções vulcânicas podem ter moldado a geologia e a atmosfera de Marte, contribuindo para nosso entendimento da história climática do planeta e suas potenciais condições habitáveis. O estudo foi publicado em 14 de outubro na revista Nature Communications.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)