
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores da Universidade RMIT da Austrália realizaram um experimento em que enviaram esporos da bactéria Bacillus subtilis ao espaço, com o objetivo de testar a resiliência desses micróbios essenciais para a saúde humana em condições extremas de viagem espacial.
Detalhes da missão
A missão foi conduzida a bordo de um foguete-sondagem, onde esporos de B. subtilis foram expostos a acelerações de até 13 vezes a gravidade da Terra, experimentando uma fase de peso zero e desacelerações severas durante o retorno à superfície. O experimento durou apenas algumas horas, mas os cientistas observaram que os esporos não apresentaram danos e cresceram normalmente após a recuperação.
Tecnologia e objetivos
O estudo envolveu o uso de um suporte microtubular impresso em 3D que permitiu simular as condições de lançamento e reentrada. Além de testar a resistência da bactéria, os pesquisadores visam entender melhor as implicações das viagens espaciais de longa duração nos microrganismos que fazem parte do microbioma humano. “Nosso estudo mostrou que um tipo importante de bactéria para nossa saúde pode suportar rápidas mudanças de gravidade, aceleração e desaceleração”, declarou Elena Ivanova, coautora do trabalho e professora da RMIT.
“Isso ampliou nossa compreensão sobre os efeitos do voo espacial de longa duração em microrganismos que vivem em nossos corpos e nos mantêm saudáveis. Isso significa que podemos projetar melhores sistemas de suporte à vida para astronautas.”
(“This has broadened our understanding of the effects of long-term spaceflight on microorganisms that live in our bodies and keep us healthy. This means we can design better life support systems for astronauts.”)— Elena Ivanova, Professora, RMIT University
Próximos passos
Os pesquisadores planejam realizar mais testes e investigações sobre a viabilidade de outras bactérias relacionadas à saúde humana e à agricultura. A resiliência demonstrada por B. subtilis pode facilitar o desenvolvimento de sistemas de suporte à vida confiáveis e sustentáveis para missões futuras. “Isso poderia orientar o desenvolvimento de missões de detecção de vida mais eficazes, ajudando-nos a identificar e estudar formas de vida microbiana que poderiam prosperar em ambientes anteriormente considerados inabitáveis”, comentou Ivanova.
A descoberta de que micróbios benéficos conseguem sobreviver a condições adversas de voo espacial representa um avanço significativo nas estratégias para sustentar a saúde de astronautas em futuras expedições à Lua, Marte e além. A pesquisa também pode influenciar o desenvolvimento de novos tratamentos antibacterianos na Terra e contribuir para a busca de vida em outros planetas.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)