
São Paulo — InkDesign News — Um novo estudo revela que a quantidade de satélites em órbita da Terra está aumentando, refletindo um cenário onde as manobras de evasão de colisão se tornam cada vez mais frequentes e potencialmente problemáticas.
Detalhes da missão
O estudo, baseado em dados do catálogo de objetos espaciais mantido pelo Comando Espacial dos EUA, analisou a evolução da população de satélites em órbita. Em 2019, apenas 0,2% dos satélites realizavam mais de 10 manobras de evasão por mês; esse número saltou para 1,4% em 2025, o que implica que cerca de 340 satélites estão constantemente desviando de detritos e outras naves espaciais. O crescimento, que elevou de 13.700 objetos em 2019 para 24.185 em 2025 na órbita baixa da Terra (LEO), é projetado para alcançar 70.000 satélites até o final da década.
Tecnologia e objetivos
O estudo enfatiza que manobras de evasão se tornam cada vez mais desafiadoras conforme a densidade orbital aumenta. “Os operadores não querem passar todo o seu tempo se preocupando com a evasão de colisões”, afirmou Maya Harris, co-autora do estudo e assistente de pesquisa no MIT. “Eles não querem gastar todo o seu propelente realizando manobras”
“Operators don’t want to be spending all their time worrying about collision avoidance.”
(“Eles não querem passar todo o seu tempo se preocupando com a evasão de colisões.”)— Maya Harris, Assistente de Pesquisa, MIT
. Além disso, os satélites operados pela SpaceX, como a constelação Starlink, adotam um sistema autônomo de manobras para evitar objetos com risco maior que 1 em um milhão, elevando o nível de precaução em um ambiente cada vez mais congestionado.
Próximos passos
Considerando os altos riscos associados a essas manobras, a coordenação entre os operadores de satélites pode ser uma solução viável. “Embora a maior parte da órbita não esteja ainda na capacidade máxima, algumas regiões já estão”, destacou Harris
“Although most of the orbit is not yet at capacity, some regions already are.”
(“Embora a maior parte da órbita não esteja ainda na capacidade máxima, algumas regiões já estão.”)— Maya Harris, Assistente de Pesquisa, MIT
. O estudo sugere que a colaboração entre diferentes operadores, a fim de manter os satélites em órbitas sincronizadas, pode aliviar a pressão em áreas congestionadas. Entretanto, especialistas como Hugh Lewis, professor de astronautica na Universidade de Birmingham, manifestam ceticismo sobre a viabilidade da coordenação global, especialmente com a competição crescente de países como a China, que planejam suas próprias constelações de satélites.
A crescente congestão orbital e a potencial criação de novos detritos elevam a preocupação sobre a segurança das operações no espaço. Caso ocorram mais colisões resultando na formação de detritos, o impacto na capacidade orbital será acelerado, exigindo uma abordagem mais rigorosa para a gestão de recursos espaciais.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)