
Cabo Canaveral — InkDesign News — O orçamento proposto pela administração Trump para 2026 sugere uma reformulação profunda do programa Artemis da NASA, que visa estabelecer uma presença humana sustentável na órbita lunar e na superfície da Lua até o final da década de 2020.
Detalhes da missão
O plano atual do Artemis inclui a utilização do foguete Space Launch System (SLS) e da cápsula Orion para missões tripuladas à Lua. Até o momento, estes veículos realizaram uma missão não tripulada, Artemis 1, que durou 25 dias e orbitou a Lua em 2022. As próximas duas missões planejadas, Artemis 2 e Artemis 3, estão previstas para a primavera de 2026 e 2027, respectivamente, com a segunda levando quatro astronautas em órbita lunar e a terceira possibilitando o pouso próximo ao polo sul lunar.
No entanto, a proposta orçamentária elimina o financiamento do SLS e da Orion após essas duas futuras missões, além de cancelar imediatamente o projeto Gateway, uma pequena estação espacial planejada para orbitar a Lua e dar suporte às operações do Artemis. O documento orçamentário justifica que “SLS alone costs $4 billion per launch and is 140% over budget” (“O SLS sozinho custa US$ 4 bilhões por lançamento e está 140% acima do orçamento”).
Tecnologia e objetivos
A proposta visa substituir o SLS e Orion por sistemas comerciais de menor custo, potencialmente fornecidos por empresas como SpaceX e Blue Origin, que desenvolvem pousadores lunares tripulados e veículos de lançamento reutilizáveis, como o Starship e o New Glenn, respectivamente. Estes sistemas comerciais poderiam suportar missões lunares mais ambiciosas e frequentes.
O módulo principal da estação Gateway, chamado HALO, foi produzido na Itália e recentemente chegou aos Estados Unidos, onde seria preparado para integração em órbita lunar, mas essa etapa será interrompida com o corte do orçamento.
A proposta “fundamentalmente resolveria o desafio de substituir voos do SLS e Orion para a Lua por sistemas comerciais mais econômicos, que poderiam suportar missões lunares subsequentes mais ambiciosas.”
(“The Budget funds a program to replace SLS and Orion flights to the moon with more cost-effective commercial systems that would support more ambitious subsequent lunar missions.”)— Documento orçamentário da Casa Branca
Próximos passos
Caso o orçamento seja aprovado pelo Congresso, os próximos passos incluem a conclusão das missões Artemis 2 e Artemis 3 com os sistemas atuais, seguidos pela transição para sistemas comerciais de exploração lunar. Ao mesmo tempo, NASA deverá abandonar o programa Gateway e cancelar de forma imediata outros projetos, como o retorno de amostras de Marte e o monitoramento climático por satélites menores.
Essas mudanças indicam um redirecionamento da agência espacial para focar em retornos lunares antes da concorrência internacional, especialmente a China, e planejar futuras missões tripuladas a Marte.
“Estas ações estão alinhadas com os objetivos da administração de retornar à Lua antes da China e colocar um homem em Marte.”
(“These and other NASA cuts are in line with the Administration’s objectives of returning to the moon before China and putting a man on Mars.”)— Documento orçamentário da Casa Branca
Essa reestruturação orçamentária representa o maior corte anual na história da NASA, com uma redução total de cerca de 25% no financiamento, o que poderá impactar o ritmo e o escopo da exploração espacial americana nas próximas décadas.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)