
São Paulo — InkDesign News — O governo brasileiro anunciou, na sexta-feira (23), um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), afetando o setor bancário e comprometendo o crédito das empresas em um cenário já marcado por juros altos e incertezas econômicas.
Panorama econômico
No contexto global, a economia brasileira enfrenta um crescimento moderado, com a inflação e os juros altos impactando negativamente diversos setores. O Banco Central elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior nível em quase 20 anos, em resposta às pressões inflacionárias. As recentes decisões fiscais, incluindo a elevação do IOF, intensificam as dificuldades enfrentadas pelas empresas.
Indicadores e análises
A nova alíquota do IOF chegou a 5% sobre aportes mensais superiores a R$ 50 mil em planos de seguro de vida e 3,5% sobre remessas de recursos para contas no exterior. Essa elevação pode desincentivar investimentos e elevar o custo efetivo das operações financeiras. “O custo de capital já está nos maiores níveis dos últimos 20 anos, e com o IOF ainda mais alto, o custo efetivo para empresas fica muito elevado”, ressalta Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.
Impactos e previsões
As implicações do aumento do IOF abrangem não apenas as empresas mais alavancadas, mas também o consumidor final, que poderá enfrentar um crédito mais caro e escasso. Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, observa que “a elevação do IOF atinge diretamente as operações financeiras das empresas e encarece o crédito das famílias, gerando incertezas no curto prazo e impactos negativos sobre a atividade econômica”. A combinação de medidas fiscais e uma política monetária restritiva pode comprometer a competitividade e a atratividade do Brasil para investimentos de longo prazo.
“Vimos nesta semana uma conjunção de medidas que elevam o custo de operação e financiamento das empresas, num ambiente já marcado por incertezas. A sinalização é negativa para o empresário local e reforça a percepção de imprevisibilidade regulatória no Brasil, o que pode comprometer a competitividade e a atratividade do país na promoção de investimentos longo prazo.”
(“We saw this week a conjunction of measures that raise the cost of operation and financing for companies, in an environment already marked by uncertainties. The signal is negative for local entrepreneurs and reinforces the perception of regulatory unpredictability in Brazil, which may compromise the competitiveness and attractiveness of the country in promoting long-term investments.”)— Ilan Arbetman, Analista da Ativa Investimentos
As próximas semanas serão cruciais para medir os efeitos dessas medidas no mercado. A pressão sobre as empresas e consumidores deve continuar, enquanto o governo enfrenta o desafio de equilibrar arrecadação fiscal e crescimento econômico.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)