
Brasília — InkDesign News — O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, participou nesta quinta-feira (15) de audiência na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado Federal para prestar esclarecimentos sobre fraudes em descontos não autorizados nas contas de aposentados e pensionistas do INSS.
Contexto político
A audiência do ministro Wolney Queiroz ocorre em meio a investigações sobre irregularidades envolvendo descontos de benefícios do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Filiado ao PDT, Wolney assumiu o Ministério da Previdência Social no início de maio, sucedendo Carlos Lupi após sua renúncia. Antes disso, ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta. O escândalo de descontos indevidos gerou reação no Congresso, onde senadores da oposição e da base governista vêm articulando medidas para aprofundar as investigações, inclusive com pedido para instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).
O requerimento para convocação do ministro foi apresentado por senadores como Sergio Moro (União-PR), Dr. Hiran (PP-RR), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Rogério (PL-RO). O grupo destacou que Wolney, na condição de secretário-executivo, manteve contato com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), uma das entidades envolvidas nas apurações, além de ter sido alertado sobre os descontos irregulares pela conselheira Tonia Galleti, do Conselho Nacional do INSS, conforme ata de reunião de junho de 2023.
Reações e debates
O ministro classificou como “uma honra” a oportunidade de prestar esclarecimentos, mas ressaltou a expectativa de discussões mais detalhadas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI):
“Eu espero que seja proveitosa essa audiência, mas infelizmente não vou poder falar agora, vocês vão ter tempo de me ouvir lá com calma durante horas na CPI”
— Wolney Queiroz, Ministro da Previdência Social
Entre os senadores, houve preocupação com o esvaziamento do Congresso, uma vez que as lideranças da Câmara e do Senado estão em viagens internacionais e a maioria das sessões ocorre de forma remota. O senador Dr. Hiran, que integra a CPI das Bets, enfatizou a necessidade de maior presença parlamentar na comissão que ouvirá o ministro.
Paralelamente, a oposição vem usando o escândalo para questionar a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um requerimento solicitado por 36 senadores e 223 deputados, capitaneado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT), pede a criação de uma CPMI para aprofundar as investigações. A instalação depende da leitura do pedido em sessão conjunta, prevista para 27 de maio.
Desdobramentos e desafios
O avanço das investigações e eventuais medidas de fiscalização e controle do INSS marcarão as próximas etapas desse processo político. A CPMI, se instaurada, poderá ampliar o escopo das apurações e garantir maior transparência frente às denúncias de fraudes. Além disso, o ministério enfrenta o desafio de restaurar a confiança dos beneficiários e da sociedade, aprimorando mecanismos de monitoramento para evitar futuras irregularidades.
“Os requerimentos que pediam o convite de Wolney ao colegiado foram apresentados pelos senadores Sergio Moro (União-PR), Dr. Hiran (PP-RR), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Rogério (PL-RO).”
— Senadores membros da Comissão
“Com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), em viagens internacionais, o Congresso Nacional está esvaziado.”
— Senador Dr. Hiran, CPI das Bets
O contexto político-climático e as pressões legislativas deixam claro que o caso dos descontos irregulares no INSS exigirá integração entre Executivo e Legislativo para garantir não apenas apurações rigorosas, mas também respostas administrativas efetivas aos prejuízos causados aos beneficiários.
Fonte: (CNN Brasil – Política)