
São Paulo — InkDesign News — A crescente convergência entre inteligência artificial e biotecnologia levanta novas preocupações sobre segurança, à medida que pesquisadores discutem a possibilidade de a IA ser utilizada para projetar proteínas tóxicas com fins maliciosos.
Contexto científico
O avanço das tecnologias de síntese de DNA impulsiona discussões sobre os riscos associados ao uso indevido dessas ferramentas em um contexto biotecnológico. Adam Clore, diretor de tecnologia R&D da Integrated DNA Technologies, comenta sobre o tema:
“O patch está incompleto, e o estado da arte está mudando. Mas isso não é uma coisa pontual. É o início de ainda mais testes.”
(“The patch is incomplete, and the state of the art is changing. But this isn’t a one-and-done thing. It’s the start of even more testing.”)— Adam Clore, Diretor de Tecnologia R&D, Integrated DNA Technologies
A pressão por regulamentações mais rigorosas é clara, especialmente após a ordem executiva de maio passada, na qual o presidente dos EUA pediu uma reformulação dos sistemas de segurança em pesquisas biológicas.
Metodologia e resultados
Os pesquisadores estão omitindo certos códigos para prevenir abusos, mas mencionam que algumas proteínas perigosas são bem conhecidas, como a ricina, presente em sementes de mamona, e os príons que causam a doença da vaca louca. Dean Ball, do Foundation for American Innovation, afirma que:
“Essa descoberta, combinada com os avanços rápidos na modelagem biológica habilitada por IA, demonstra a clara e urgente necessidade de procedimentos de triagem melhores para a síntese de ácidos nucleicos.”
(“This finding, combined with rapid advances in AI-enabled biological modeling, demonstrates the clear and urgent need for enhanced nucleic acid synthesis screening procedures.”)— Dean Ball, Fellow, Foundation for American Innovation
As metodologias variam desde o uso de CRISPR até técnicas de bioreatores para a criação de sequências genéticas. A eficácia do processo ainda é uma questão debatida na comunidade científica, com especialistas sugerindo que a triagem de pedidos de DNA é um ponto crucial para identificar potenciais ameaças biológicas.
Implicações clínicas
As implicações desses achados são vastas. Trata-se não apenas de uma questão teórica, mas de uma discussão que abrange testes em humanos e a necessidade de aprovações regulatórias claras. O papel do governo, aliado a empresas que dominam a síntese de DNA, cria um espaço onde a segurança pode ser mantida, mas também levanta questionamentos sobre a eficácia desse modelo.
Enquanto Clore acredita que a vigilância sobre a síntese de genes ainda é viável, críticos como Michael Cohen da Universidade da Califórnia argumentam que sempre haverá formas de disfarçar sequências, tornando o desafio de controle mais complexo.
O avanço desse campo sugere que um equilíbrio entre inovação e segurança será imprescindível para mitigar riscos futuros.
A pesquisa em biotecnologia continua a evoluir, mas a necessidade de um sistema robusto de verificação e validação é essencial para garantir a segurança pública e científica.
Fonte: (MIT Technology Review – Biotecnologia e Saúde)