Inteligência Artificial e Seu Impacto nas Vozes Humanas

O uso de machine learning para replicar vozes humanas levanta questões éticas e legais, especialmente após a recente controvérsia envolvendo o jogo “Tomb Raider,” onde a voz de uma atriz foi clonada sem autorização.

Contexto da pesquisa

A situação em questão ocorreu quando a desenvolvedora Aspyr lançou uma atualização para “Tomb Raider IV–VI Remastered”, substituindo a voz da protagonista Lara Croft, tradicionalmente dublada por Françoise Cadol, por uma versão gerada por inteligência artificial. Essa mudança provocou forte reação tanto de fãs quanto da própria atriz, que alegou violação de direitos de uso da sua voz.

Método proposto

A Aspyr incorporou conteúdo de voz gerado por IA de maneira que fãs perceberam quase instantaneamente as limitações dessa tecnologia. A frase “Place toi devant et appuyez sur avancer” (em português: “Coloque-se na frente e aperte avançar”) foi uma das críticas levantadas, sutilmente errônea em termos de gramática francesa.

“É clunky e soa incorreto para falantes de francês”
(“Not only does it sound clunky but it also rings as grammatically incorrect to French speakers”)

— Romain Bos, Gamer e Influenciador

Resultados e impacto

Esse incidente não é isolado, mas sim um exemplo crescente do uso de AI para substituir trabalhos humanos, principalmente em conteúdos criativos. Atuais métodos de machine learning, como redes neurais generativas adversariais (GANs) e modelos de aprendizado profundo, estão sendo utilizados para replicar vozes humanas com variados graus de precisão. Entretanto, como demonstrado no caso, essa prática pode gerar debates significativos sobre direitos autorais e a proteção de profissionais da voz.

“Se podemos substituir atores, poderemos também substituir contadores e uma gama de outras profissões”
(“If we can replace actors, we’ll be able to replace accountants, and a whole range of other professions that could also be automated”)

— Patrick Kuban, Ator de Voz e Presidente da United Voice Artists

Com a crescente sofisticação da tecnologia de AI, as implicações econômicas e sociais são vastas. É essencial considerar a regulação da utilização dessas máquinas para proteger os direitos dos trabalhadores humanos e garantir que a originalidade e a expressão artística continuem a prosperar.

Possíveis aplicações incluem vigilância em direitos autorais, desenvolvimento de novos contratos para freelancers e, potencialmente, a criação de diretrizes que protejam as vozes de atores e dubladores no futuro.

Fonte: (TechXplore – Machine Learning & AI)