
Rwanda e Ghana — InkDesign News — Pesquisas recentes sobre machine learning e inteligência artificial (IA) destacam a importância de políticas nacionais para garantir a ética, a governança e a aplicação responsável dessas tecnologias em contextos locais diversos.
Contexto da pesquisa
Estudos em inteligência artificial têm se expandido para além das potências tradicionais da tecnologia, alcançando países africanos como Ghana e Rwanda. Esses países estruturaram políticas nacionais de IA alinhadas com metas de desenvolvimento social, econômico e digital. Rwanda, por exemplo, enfatiza a soberania dos dados e a segurança nacional, enquanto Ghana foca em promover a inovação e atrair investimentos.
Estes esforços colaboram com instituições globais e locais, demonstrando que o desenvolvimento de políticas de IA é uma atividade complexa, moldada por interesses institucionais e dinâmicas de poder, com impacto direto na forma como IA é aplicada para saúde, agricultura e outros setores essenciais.
Método proposto
As políticas adotadas envolvem consultorias amplas com múltiplos atores, incluindo órgãos governamentais, startups, academia e organizações internacionais, para garantir que princípios éticos reconhecidos globalmente – como proteção da privacidade, mitigação de vieses e salvaguarda dos direitos humanos – sejam incorporados. Rwanda seguiu recomendações da Unesco para ética em IA, enquanto Ghana promove a ideia de “IA confiável” (“trustworthy AI”).
Essas políticas propõem a criação de escritórios responsáveis pela IA, voltados para a construção de capacidade local e prestação de contas, alinhados com as necessidades e sensibilidades culturais regionais.
Resultados e impacto
Os resultados indicam que a abordagem de Rwanda é pragmática e centrada em resolver problemas locais imediatos, principalmente em saúde e segurança alimentar, enquanto Ghana atua em larga escala, mirando a modernização e o crescimento do setor privado tecnológico. Os esforços de ambos os países enfrentam desafios sistêmicos, como a dependência das normas globais dominadas por EUA e China e dificuldades energéticas na adoção de modelos que demandam alto poder computacional.
“O desenvolvimento de políticas de IA não é um processo neutro ou apenas técnico, mas profundamente político. As dinâmicas de poder e interesses institucionais moldam a regulação da IA.”
(“AI policy development is not a neutral or technical process but a profoundly political one. Power dynamics, institutional interests and competing visions of technological futures shape AI regulation.”)— Pesquisa publicada na Universidade de Kigali e Universidade de Accra
Os próximos passos sugerem investimentos em infraestrutura digital, educação e fomento a startups locais para reduzir dependência externa, além da participação ativa de países africanos em fóruns internacionais para garantir que as políticas reflitam as realidades continentais e éticas próprias, incluindo direitos comunitários e sensibilidades pós-coloniais.
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Fonte: (TechXplore – Machine Learning & AI)