
São Paulo — InkDesign News — Em 14 de setembro de 2015, uma data marcante para a ciência, o mundo testemunhou a primeira detecção de ondas gravitacionais, um fenômeno que confirmou as teorias de Einstein sobre a relatividade geral. A descoberta, possibilitada pelo observatório LIGO, foi um marco para a astrofísica.
Detalhes da missão
O LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory), com suas instalações em Hanford, Washington, e Livingston, Louisiana, começou a operação em um contexto que visava detectar as ondulações no espaço-tempo causadas por eventos astrofísicos extremos, como fusões de buracos negros. O evento inicial, identificado como GW150914, envolveu a fusão de dois buracos negros, cada um com cerca de 30 vezes a massa do Sol, e ocorreu a 1,4 bilhões de anos-luz da Terra. Desde então, o LIGO, junto com o observatório Virgo na Itália, e o KAGRA no Japão, detectou mais de 300 sinais gravitacionais.
Tecnologia e objetivos
Os detectores do LIGO são equipados com interferômetros de laser altamente sensíveis, capazes de medir distorções no espaço-tempo diminutas, na ordem de 1/10.000 da largura de um próton. Essa sensibilidade permite que cientistas investiguem eventos cósmicos extremos e suas consequências. “A detecção de GW150914 representou uma validação adicional da relatividade geral e confirmou que fusões de buracos negros realmente ocorrem, criando buracos negros ‘filhos’ mais massivos”, afirma Kip Thorne, prêmio Nobel de Física em 2017.
Próximos passos
O futuro das observações gravitacionais inclui a evolução das tecnologias de detecção para aumentar ainda mais a sensitividade e a abrangência das observações. As colaborações internacionais visam estudar não apenas fusões de buracos negros, mas também eventos envolvendo estrelas de nêutrons, como demonstrado pela detecção de GW170817 em 17 de agosto de 2017, que foi uma fusão de duas estrelas de nêutrons e a primeira a ser seguida por observações eletromagnéticas. “Esta detecção abre a janela para explorar processos que permitem a formação de elementos pesados no universo”, diz David Shoemaker, porta-voz da colaboração científica do LIGO.
A contínua exploração das ondas gravitacionais não apenas avança nossa compreensão do cosmos, mas também amplia os horizontes do conhecimento humano em astrofísica. Essa área de estudo promete revelar mais sobre a estrutura do universo e os fenômenos que o governam.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)