
São Paulo — InkDesign News — O cenário da tecnologia e inovação é marcado por decisões controversas, principalmente quando líderes empresariais experimentam a criação assistida por inteligência artificial, como demonstrado pelo CEO da Klarna, Sebastian Siemiatkowski. Sua abordagem de “vibe coding” tem gerado debates sobre o papel da tecnologia no design e desenvolvimento de produtos.
Contexto e lançamento
Recentemente, a prática de “vibe coding” ganhou destaque, especialmente com Siemiatkowski utilizando ferramentas de IA para programar protótipos de funcionalidades, embora nunca tenha codificado antes. Esse fenômeno reflete uma tendência crescente em muitas empresas, onde executivos acreditam que podem substituir ou suprir as funções de engenheiros com ferramentas de IA.
Design e especificações
Siemiatkowski introduziu sua nova prática ao usar o editor de código assistido por IA, Cursor, alegando que consegue criar protótipos em apenas 20 minutos. Essa escolha tecnológica levanta questões sobre as melhores práticas de desenvolvimento e comunicação na indústria. Para ele, o processo é uma forma de mitigar a pressão sobre os engenheiros, apresentando ideias já moldadas. “Ao invés de incomodar meus pobres engenheiros e pessoas de produto com ideias que são metade boas e metade ruins, agora eu testo isso eu mesmo. Eu venho e digo: ‘Olha, eu realmente fiz isso funcionar, é assim que funciona. O que você acha, poderíamos fazer dessa forma?’”
(“Rather than disturbing my poor engineers and product people with what is half good ideas and half bad ideas, now I test it myself. I come say, ‘Look, I’ve actually made this work, this is how it works, what do you think, could we do it this way?’”)— Sebastian Siemiatkowski, CEO, Klarna
Repercussão e aplicações
A adoção dessa abordagem, embora inovadora, também revela inconsistências. Os engenheiros frequentemente se veem revisitando códigos gerados por IA, o que pode levar a um aumento no tempo de trabalho em vez de economizar, conforme sugerido por diversos estudos. A pesquisa da Fastly indicou que 95% dos desenvolvedores gastam mais tempo corrigindo o código da IA do que o tempo que economizam ao usar essas ferramentas. Além disso, a pressão por resultados a partir de ideias não testadas pode ter um impacto negativo na moral da equipe. Este comportamento do CEO, que se intitula como engenheiro, pode gerar tensões e frustração. Sua postura sugere uma falta de entendimento das complexidades do desenvolvimento técnico. “Sentir-se mais inteligente” pode ser um benefício pessoal, mas isso não necessariamente se traduz em eficácia para a equipe.
(“But the CEO feels smarter, and isn’t that what really matters?”)
À medida que a tecnologia avança, as expectativas em relação ao uso de IA nas empresas estão em constante evolução. A experiência de Siemiatkowski pode servir como um estudo de caso sobre os limites da intervenção executiva em processos técnicos e o futuro papel da inteligência artificial em funções que tradicionalmente exigem expertise humana.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)