
Ponta Grossa — InkDesign News — Vítima de injúria racial durante a partida entre Operário-PR e América-MG no último domingo (4), o atacante Allano se manifestou pela primeira vez nas redes sociais sobre o caso ocorrido aos 30 minutos do primeiro tempo, quando foi chamado de “preto do c***” pelo jogador boliviano Miguelito, do time mineiro.
Desenvolvimento do jogo
O confronto entre Operário e América Mineiro, realizado no estádio Germano Kruger, em Ponta Grossa, reinou pela Série B do Brasileirão. O Operário venceu o duelo por 1 a 0, impondo dificuldades ao adversário desde os primeiros minutos. A equipe da casa adotou uma postura sólida na defesa e tática consistente no ataque, garantindo o resultado positivo. Aos 30 minutos do primeiro tempo, ocorreu o incidente lamentável de racismo envolvendo o atacante Allano, que provocou repercussão não só dentro, mas fora do campo.
Destaques e estatísticas
O Operário contou com atuação destacada de seus jogadores, especialmente na linha ofensiva, que abriu o placar e sustentou a vantagem. Já o América-MG teve dificuldades para impor seu ritmo e reagir à pressão dos mandantes. No aspecto disciplinar, o jogo ficou marcado por uma acusação de injúria racial contra Miguel Terceros, identificado como o autor do ataque verbal. Segundo o relatório do Observatório da Discriminação Racial no Futebol 2023, casos de racismo costumam envolver torcedores, mas neste embate, o episódio ocorreu entre atletas em campo.
Repercussão e próximos passos
Após o ocorrido, o jogador Allano emitiu uma nota oficial no Instagram, manifestando sua dor e indignação com o fato:
“Venho, por meio desta nota, me manifestar sobre o episódio lamentável de injúria racial que sofri durante a partida entre Operário e América Mineiro, pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Infelizmente, mais uma vez, o racismo mostrou sua face cruel dentro de um espaço que deveria ser de celebração, respeito e igualdade. Ser ofendido pela cor da minha pele é algo doloroso, revoltante e, acima de tudo, inaceitável. Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia. Agradeço ao Operário pelo apoio, aos meus companheiros de equipe, à minha família e a todos que têm se solidarizado comigo neste momento. A luta contra o racismo é de todos nós, e ela não vai parar enquanto houver injustiça.”
— Allano, atacante do Operário-PR
No dia seguinte ao jogo, Miguel Terceros foi preso em flagrante, dando origem ao primeiro caso de prisão por racismo em um jogo registrado em 2025. Contudo, o Tribunal de Justiça do Paraná concedeu liberdade provisória ao atleta boliviano, alegando que não há evidências concretas de que a ordem pública seria prejudicada pela libertação, nem de que ele fugiria da aplicação da lei penal. Miguelito responderá a acusação em liberdade, enquanto o América-MG nega as acusações feitas contra seu jogador.
“Neste momento, o clube reafirma a gravidade do tema e o compromisso com o combate ao racismo, além de acompanhar os desdobramentos legais do caso.”
— Presidente do América-MG
O incidente reacende o debate sobre o racismo no futebol brasileiro e reforça a necessidade de medidas efetivas para garantir um ambiente de respeito e igualdade nos estádios, tanto para atletas quanto para torcedores.
Fonte: (CNN Brasil – Esportes)