
São Paulo — InkDesign News — O Telescópio Espacial James Webb fez um progresso significativo ao medir pela primeira vez a composição de um disco de gás e poeira rico em carbono que potencialmente forma luas ao redor de um corpo planetário recém-formado localizado a 625 anos-luz de distância, na constelação de Chamaeleon. A observação foi realizada utilizando o espectrômetro de média resolução no Instrumento Mid-Infrared (MIRI) do telescópio.
Detalhes da missão
O James Webb direcionou suas observações para o disco ao redor do exoplaneta CT Cha b, que possui uma massa 17 vezes maior que a de Júpiter. Este corpo celeste é classificado como um possível planeta de alta massa ou uma anã marrom, com a linha divisória entre os dois tipos ainda sendo debatida na comunidade científica. CT Cha b orbita uma estrela jovem, com apenas dois milhões de anos, dentro de um disco circumstelar material em formação. O disco em torno de CT Cha b é sinalizado como potencialmente formador de luas, embora nenhuma tenha sido detectada até o momento.
Tecnologia e objetivos
O MIRI do JWST é uma inovação crucial que permite estudar compositos moleculares em ambientes astrofísicos. Durante as observações, o telescópio conseguiu identificar uma variedade de moléculas ricas em carbono, incluindo acetileno, benzeno, dióxido de carbono, diacetileno, etano, cianeto de hidrogênio e propino. A presença dessas moléculas é fundamental para a compreensão dos materiais que podem estar presentes na formação de futuras luas.
“Estamos vendo qual material está se acumulando para construir o planeta e as luas.”
(“We are seeing what material is accreting to build the planet and moons.”)— Gabriele Cugno, Universidade de Zürich
Próximos passos
As investigações futuras incluirão não apenas uma análise mais aprofundada de CT Cha b, mas também a realização de pesquisas sobre outros discos formadores de luas, permitindo a comparação entre eles. Os cientistas buscam responder a perguntas fundamentais sobre os ingredientes e os processos físicos envolvidos na formação de luas, bem como os tempos necessários para esses processos ocorrerem.
“Estamos tentando entender como tudo isso funciona.”
(“We’re trying to understand how it all works.”)— Gabriele Cugno, Universidade de Zürich
A possibilidade de estudar discos formadores de luas representa um avanço significativo na nossa compreensão sobre a formação de sistemas planetários. As descobertas do telescópio podem alterar as teorias existentes sobre a formação de luas em nosso próprio sistema solar e além.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)