
São Paulo — InkDesign News — A recente “trégua comercial de 90 dias entre Estados Unidos e China” anunciada em 12 de novembro pode oferecer impactos mistos à economia brasileira, segundo análises de especialistas. As projeções abordam desde mudanças no apetite por investimentos até desafios para as oportunidades comerciais.
Panorama econômico
O contexto global de instabilidade econômica, exacerbado pelas tensões comerciais entre as duas potências, motivou esta trégua, que ocorre após intensas negociações em Genebra. Este acordo visa diminuir a volatilidade nos mercados e a percepção de risco, especialmente em relação à economia americana. Os Estados Unidos se comprometem a reduzir suas tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China cortará seus impostos sobre importações americanas de 125% para 10%. Raymond James salientou a importância de uma relação econômica sustentável a longo prazo.
Indicadores e análises
Com a nova configuração tarifária, os mercados globais reagiram positivamente, refletindo em altas nos índices asiáticos e europeus, além de um movimento estável no Ibovespa. Segundo o analista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, “a trégua reduz a volatilidade e as discussões sobre recessão nos Estados Unidos”.
“Para o Brasil nunca é bom os EUA estarem em recessão, pois são um importante parceiro comercial”
(“For Brazil, it’s never good for the U.S. to be in recession, as they are a key trade partner”)— Gustavo Cruz, Estrategista-chefe, RB Investimentos
Impactos e previsões
A expectativa de que a desaceleração das tensões entre os dois países melhore as condições de investimento global pode beneficiar o Brasil, mas as consequências para o agro são ambiguamente percebidas. Ao mesmo tempo, Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, destacou que “a trégua diminui benefícios que a pauta comercial do Brasil poderia ter no curto prazo”.
“Vamos ver os chineses gradativamente comprarem mais da gente ao longo dos anos”
(“We will gradually see the Chinese buying more from us over the years”)— Sérgio Vale, Economista-chefe, MB Associados
Diante desse cenário, as próximas semanas serão cruciais para observar a variação do Ibovespa e como as empresas brasileiras se adaptarão às novas dinâmicas do mercado global, potencialmente ajustando suas estratégias comerciais e de investimento.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)