
São Paulo — InkDesign News — Em uma descoberta fascinante, pesquisadores relataram que a mariposa Bogong (Agrotis infusa), nativa do sudeste da Austrália, utiliza a navegação estelar para realizar migrações de longa distância, cobrindo cerca de 1.000 quilômetros, desde suas áreas de reprodução até os Alpes Australianos.
Detalhes da missão
Este fenômeno fascinante ocorre anualmente na primavera australiana. Os especialistas observaram que bilhões de mariposas Brown Bogong migram para escapar do calor, se abrigando em cavernas frias, onde permanecem até o outono. A pesquisa inclui a captura das mariposas durante suas migrações para testar sua capacidade de navegação em um simulador de voo altamente avançado, que bloqueia o campo magnético terrestre e se baseia na percepção visual.
Tecnologia e objetivos
Os cientistas utilizaram um simulador de voo, semelhante a um planetário, para atualizar as projeções do céu noturno. Essa tecnologia permitiu analisar como as mariposas reagem à orientação fornecida pelas estrelas. Segundo Andrea Adden, pesquisadora no Francis Crick Institute, “estudar a base neural de como essas mariposas se orientam revela novos mecanismos de processamento no cérebro dos insetos”. O uso de sensores eletrônicos nos cérebros das mariposas, que têm o tamanho de um grão de arroz, representou um desafio considerável, mas essencial para compreender seus padrões de navegação.
Próximos passos
Os próximos esforços se concentrarão na monitorização das mariposas em ambientes afetados pela urbanização e poluição luminosa, que podem interferir na orientação dessas criaturas durante a migração. “A poluição luminosa pode ser um problema sério para as mariposas Bogong durante suas migrações”, alertou Adden. O projeto visa ampliar a compreensão sobre a navegação animal e suas implicações para a conservação de espécies.
“As estrelas são um indicativo muito consistente. Mesmo que o céu estrelado gire ao longo da noite, a parte mais brilhante da Via Láctea é sempre visível ao sul do hemisfério celeste sul.”
(“The stars are a very consistent cue. Even though the starry sky rotates throughout the night, the brightest part of the Milky Way is always in the South of the Southern celestial hemisphere.”)— Andrea Adden, Pesquisadora, Francis Crick Institute
A identificação das mariposas Bogong como as primeiras a utilizar estrelas para navegação em longas distâncias não apenas expande o conhecimento sobre as habilidades de navegação em insetos, mas também oferece novos insights para a conservação dessas espécies em um mundo em rápida mudança.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)