
Brasília — InkDesign News — O matemático Marcelo Viana, diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), defende que o ensino de matemática é essencial para a cidadania e inclusão social, particularmente no contexto atual da inteligência artificial.
Contexto educacional
No Brasil, o acesso à educação de qualidade ainda é desigual, refletindo crises históricas de infraestrutura e investimento. De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica, muitos estudantes saem do ensino médio sem a devida alfabetização em matemática. Esse cenário é alarmante, pois essa deficiência impacta o exercício da cidadania e limita as oportunidades no mercado de trabalho.
Políticas e iniciativas
Entre as iniciativas para melhorar a educação matemática está o esforço por parte de instituições e governos em implementar currículos que priorizem a alfabetização matemática. A valorização do professor, contudo, continua como um desafio, pois a progressão de carreira e a formação dos educadores ainda não atendem às necessidades do setor. O financiamento e a parceria entre instituições públicas e privadas visam ampliar o acesso a recursos didáticos e treinamentos para os docentes.
Desafios e perspectivas
Amplo acesso ao conhecimento matemático é visto como um direito fundamental, mas o Brasil enfrenta profundos desafios de desigualdade, como demonstrado pelas disparidades entre escolas públicas e privadas. Marcelo Viana afirma:
“O principal elemento do processo educativo, que é o professor, não tem sido devidamente valorizado ao longo das décadas.”
(“The main element of the educational process, which is the teacher, has not been properly valued over the decades.”)— Marcelo Viana, Diretor-Geral, Instituto de Matemática Pura e Aplicada
. O avanço no uso da matemática poderia contribuir significativamente para o PIB, com potencial para gerar mais de R$ 1 trilhão ao ano, se o país alcançasse índices semelhantes aos de nações desenvolvidas.
O conhecimento matemático é um instrumento poderoso que, segundo Viana, pode mobilizar mudanças em várias esferas da vida cotidiana. Em um país onde a desigualdade educacional é marcante, a popularização da matemática emerge como uma questão de justiça social. Para ele, a democratização do ensino de matemática proporciona aos jovens as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios contemporâneos e fazer frente ao poder das tecnologias baseadas em algoritmos.
Portanto, a implementação de políticas que busquem a inclusão e a melhoria do ensino de matemática se revela não apenas uma necessidade, mas uma urgência para garantir um futuro mais equitativo aos cidadãos brasileiros.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)