Washington — InkDesign News — Pesquisadores utilizaram o Telescópio Espacial Hubble para revelar, com detalhes sem precedentes, a região central da galáxia Messier 82 (M82), conhecida como Galáxia Charuto, localizada a 12 milhões de anos-luz na constelação de Ursa Maior. O estudo evidencia a intensa formação de estrelas e novas imagens obtidas a partir do Canal de Alta Resolução da Advanced Camera for Surveys (ACS), instrumento do Hubble, antes de sua desativação em 2007.
O Contexto da Pesquisa
M82, classificada como galáxia starburst, chama atenção dos astrônomos devido ao ritmo acelerado de formação estelar — dez vezes maior do que o da Via Láctea. Estudos anteriores já identificavam sua intensa atividade graças a observações do Hubble e, mais recentemente, do Telescópio Espacial James Webb, com imagens em infravermelho divulgadas em 2024. Uma área central repleta de poeira e gás obscura parte das centenas de milhares de estrelas presentes, o que motivou o uso da mais alta capacidade de resolução do Hubble para investigar sua estrutura escondida.
Resultados e Metodologia
O artigo destaca que o Hubble permitiu aprofundar a análise das chamadas superaglomerados estelares no coração da M82, cada qual comportando centenas de milhares de estrelas com brilho significativamente superior ao de aglomerados típicos. As novas imagens utilizam dados do Canal de Alta Resolução do ACS, sub-instrumento instalado em 2002, fundamental para examinar ambientes estelares densos durante seus cinco anos operacionais. Segundo os autores, “as observações revelam detalhes da formação e evolução de superaglomerados estelares nunca antes registrados.”
“As imagens capturadas pelo Canal de Alta Resolução do ACS do Hubble forneceram um nível de detalhamento que nos permite distinguir estruturas individuais e novas regiões de formação estelar na M82.”
(“The images captured by Hubble’s ACS High Resolution Channel provided a level of detail that allows us to distinguish individual structures and new star-forming regions in M82.”)— Especialista, NASA/ESA
A obtenção dessas imagens ocorreu antes de uma pane eletrônica em 2007, que desativou permanentemente o canal, restringindo futuras observações deste tipo de cenário galáctico.
Implicações e Próximos Passos
Os resultados reforçam a singularidade dos ambientes starburst para o entendimento da evolução galáctica, especialmente quanto à formação de superaglomerados estelares. Astrônomos avaliam que estudos detalhados desta natureza podem auxiliar na modelagem da história evolutiva de galáxias em universos primitivos.
“As informações obtidas dessas imagens são cruciais para aprimorarmos modelos computacionais de formação estelar em galáxias com alta taxa de nascimento de estrelas.”
(“The information obtained from these images is crucial for improving computational models of star formation in high star-formation rate galaxies.”)— Pesquisador, European Space Agency
Com as limitações operacionais do Hubble, a expectativa da comunidade científica recai sobre futuras contribuições do James Webb e de possíveis sucessores do ACS para desvendar outros fenômenos similares na região central de galáxias ativas.
A permanência dessa linha de investigação, respaldada por observações em múltiplos comprimentos de onda, abre novas oportunidades para compreender não só a M82, mas todo o contexto dinâmico de galáxias em intensa formação estelar pelo universo.
Fonte: (ScienceDaily – Ciência)
