
O Telescópio Espacial Hubble registrou uma nova imagem da galáxia espiral barrada NGC 6000, localizada a 102 milhões de anos-luz de distância na constelação de Escorpião, durante uma busca por explosões de supernovas, em setembro de 2025. O estudo revela detalhes sobre a distribuição e a idade das estrelas da galáxia, ampliando o entendimento sobre a evolução galáctica.
O Contexto da Pesquisa
Pesquisas astronômicas têm utilizado telescópios espaciais para investigar galáxias distantes em busca de eventos raros como supernovas e para compreender a dinâmica das populações estelares. NGC 6000, apesar de sua localização na constelação de Escorpião — visível do Hemisfério Norte, mas mais bem observada do Hemisfério Sul —, permanece uma incógnita para a maioria dos telescópios terrestres, exigindo instrumentos de alta sensibilidade para análise detalhada.
“O centro amarelo da NGC 6000 revela estrelas antigas, pequenas e relativamente frias, que vêm brilhando há bilhões de anos. Já as regiões azuis nas extremidades da galáxia concentram estrelas jovens, quentes e massivas — verdadeiros recém-nascidos cósmicos.”
(“The yellow tells the story of the center of NGC 6000, where stars are old, small and relatively cool. … The hottest stars are blue. The latter dominate the outskirts of this galaxy, where its spiral arms are filled with stars that are younger, hotter and larger. These stars are cosmic newborns.”)— Hubble Space Telescope Team, NASA/ESA
Resultados e Metodologia
A imagem colorida mostra o núcleo amarelado dominado por estrelas antigas, enquanto as regiões externas apresentam tons azulados devido à presença predominante de estrelas jovens. O registro capturado pelo Hubble empregou filtros de luz vermelha e azul para diferenciar a temperatura e idade das estrelas, permitindo a comparação quantitativa dessas populações.
Durante a observação, realizada como parte de uma campanha de busca por supernovas — incluindo os eventos SN 2007ch e SN 2010as —, o telescópio também registrou o inesperado: no canto direito da imagem, traços esmaecidos de linhas quebradas indicam a passagem de um asteroide, que cruzou o campo de visão durante as exposições prolongadas.
“As linhas quebradas são vermelhas e azuis porque o Hubble usou filtros para coletar luz visível, facilitando a comparação das estrelas por suas cores.”
(“The broken lines are red and blue because Hubble used red and blue filters to collect visible light, which makes it easier for astronomers to compare stars by their colors.”)— Hubble Space Telescope Team, NASA/ESA
De acordo com The Sky Live, para a observação visual de NGC 6000 são necessários telescópios de abertura superior a 10 polegadas e céus escuros, dada a sua localização ao sul do equador celeste.
Implicações e Próximos Passos
A reprodução cromática da galáxia permite aos astrônomos mapear a formação e evolução estelar em diferentes regiões, contribuindo para modelos que explicam o ciclo de vida das galáxias espirais barradas. Além de prover dados para o estudo de supernovas, as imagens auxiliam na compreensão de trajetórias de objetos do Sistema Solar, como asteroides.
Os especialistas destacam que observações futuras, inclusive com instrumentos mais avançados como o Telescópio Espacial James Webb, podem revelar ainda mais detalhes dessas galáxias e identificar novas supernovas, fundamentais para o estudo da expansão do universo. As campanhas contínuas buscam aperfeiçoar a catalogação desses fenômenos e aprimorar as técnicas de detecção de eventos transitórios.
O registro inesperado do asteroide, aliado à análise das diferentes populações estelares, ressalta a capacidade dos grandes observatórios orbitais em expandir o horizonte do conhecimento astronômico e impulsionar investigações que unem o estudo de galáxias e objetos próximos da Terra.