
São Paulo — InkDesign News — Um alerta recente destaca que a rápida adoção da infraestrutura como código (IaC) pode abrir portas a vulnerabilidades graves decorrentes de configurações incorretas e exposição de segredos sensíveis. A velocidade da implantação, se não acompanhada de segurança adequada, transforma o IaC em vetor para incidentes cibernéticos.
Vetor de ataque
A infraestrutura como código, ao permitir a configuração e gestão automatizada de ambientes em nuvem, apresenta vetores de ataque diversos, principalmente via falhas de configuração e armazenamento indevido de credenciais. Exemplos incluem buckets de armazenamento mal configurados, credenciais hardcoded em repositórios privados e subdomínios não desativados adequadamente. Tais vetores são explorados por invasores para acesso não autorizado, roubo de dados e compromissos de larga escala.
Falhas recentes como a do ICICI Bank em 2022, com mais de 3,6 milhões de arquivos expostos, e a exposição de 5 bilhões de registros na vulnerabilidade do Elasticsearch em 2021, evidenciam a criticidade de configurações seguras. O uso de zero-days também é mitigado mediante checagens e controles rigorosos na definição da infraestrutura.
Impacto e resposta
Segundo o relatório “2024 Cloud Security Report” da Check Point, 82% das empresas enfrentaram incidentes por erros de configuração. A resposta eficaz demanda bloqueio do desenvolvimento inseguro, controle rígido de credenciais, automação na integração e entrega contínua (CI/CD), além da implementação de ferramentas de análise estática e dinâmica (SAST e DAST).
Testes em ambientes isolados são essenciais para identificar derivação de configurações e garantir conformidade, enquanto o monitoramento constante via SIEM e alertas configurados permite resposta rápida a anomalias, prevenindo danos maiores. A adoção de planos robustos para resposta a incidentes e gestão formal de mudanças contribuem para a prevenção de crises operacionais.
“Bloqueie código hardcoded e use gerenciadores de segredos robustos como Vault ou AWS Secrets Manager para segregar credenciais.”
(“Lock down code repositories and use secrets managers like Vault or AWS Secrets Manager.”)— Especialista em Segurança da Informação
Análise e recomendações
A preparação recomendada envolve planejamento antecipado com definição clara de requisitos funcionais e de segurança, escolha criteriosa do ambiente em nuvem (AWS, Azure), uso de ferramentas consolidadas como Terraform ou CloudFormation, seguindo benchmarks reconhecidos como CIS para endurecimento de imagens base.
O uso controlado de inteligência artificial para gerenciamento de segurança, via CSPM e SSPM, automatiza varreduras e detecção de anomalias, mas exige supervisão constante para evitar falhas por dependência excessiva. Atualizações contínuas nas regras dos modelos de IA são imprescindíveis.
“A IA deve ser um co-piloto na segurança, não o motorista que toma todas as decisões.”
(“Use AI as a co-pilot, not a driver.”)— Gartner, Report 2024
Remoção sistemática de scripts obsoletos, subdomínios e permissões IAM inválidas reduz a superfície de ataque e limita riscos de sequestro e exploração de componentes desatualizados.
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Com a aceleração da adoção da IaC para escalabilidade e agilidade, a segurança integrada ao ciclo de vida da infraestrutura torna-se essencial. Espera-se avanços em ferramentas de automação de segurança, monitoramento preditivo e governança baseada em IA para mitigar riscos e fortalecer a postura das organizações na nuvem.
Fonte: (Dark Reading – Segurança Cibernética)