
São Paulo — InkDesign News — O pesquisador associado do Insper, Marcos Mendes, fez uma análise crítica dos ajustes fiscais recentes do governo brasileiro. Durante sua participação no programa WW, Mendes destacou que embora haja maior realismo nas projeções, o quadro econômico permanece alarmante.
Panorama econômico
O Brasil enfrenta uma situação fiscal delicada, com um déficit anunciado de R$ 97 bilhões, que, segundo Mendes, não revela a totalidade dos problemas econômicos do país. “Quando eu somo isso tudo, o déficit vai para 1% do PIB, ou R$ 125 bilhões”, afirmou Mendes, alertando sobre gastos adicionais não contabilizados. O economista enfatizou o ajuste necessário de R$ 440 a R$ 450 bilhões para que o país alcance um superávit de 2% do PIB, destacando assim a gravidade das finanças públicas.
Indicadores e análises
O déficit projetado, que representa um percentual expressivo do PIB, reflete a pressão fiscal sob a qual está a economia brasileira. O uso do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como uma medida para incrementar a arrecadação foi criticado por Mendes, que aponta que tal iniciativa poderá enfrentar obstáculos legais. Mendes explicou: “É claro que as pessoas vão judicializar isso, porque se é uma medida arrecadatória tem que ter no mínimo noventena”, sugerindo que a receita estimada pode não se concretizar.
Impactos e previsões
O impacto sobre a indústria e o consumidor é significativo, considerando que o aumento de impostos, como o IOF, pode desincentivar o consumo e os investimentos. Mendes ressaltou que parte das dificuldades atuais é atribuída a decisões governamentais, como a reindexação do salário mínimo ao PIB. “O governo costuma dizer que está nessa situação por herança maldita, mas foi uma herança que ele próprio criou”, concluiu Mendes, questionando a narrativa oficial.
As próximas semanas serão cruciais para a definição da estratégia fiscal do governo e a resposta do mercado. Especialistas alertam que um cenário de incertezas poderá continuar a afetar a confiança de investidores e o desempenho econômico geral.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)