
São Paulo — InkDesign News — Menos de 12 horas após anunciar um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo brasileiro recuou parcialmente diante da forte reação do mercado financeiro, gerando preocupações sobre estabilidade e previsibilidade nas decisões econômicas.
Panorama econômico
A recente decisão do governo em relação ao IOF ocorreu em um contexto de crescimento econômico moderado e inflação persistente, refletindo a pressão sobre as contas públicas e o cumprimento da meta fiscal. O governo havia planejado ajustes que visavam arrecadar mais de R$ 60 bilhões em dois anos, mas a reação adversa do mercado culminou em reuniões emergenciais no Palácio do Planalto, resultando na revisão de algumas alíquotas.
Indicadores e análises
Após o anúncio do aumento, a alíquota do IOF sobre aplicações de fundos nacionais no exterior, inicialmente elevada para 3,5%, foi revertida para 0%. A alíquota sobre remessas ao exterior para investimentos permaneceu em 1,1%. A previsão de arrecadação para 2025 é de R$ 18 bilhões, mas o desconforto gerado entre os investidores foi exacerbado pelo congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento, sugerindo um entrave fiscal significativo.
Impactos e previsões
Embora o recuo do governo tenha sido bem recebido por parte do mercado, ele provocou desconfiança sobre a conferência das decisões econômicas. A leitura do secretário do Tesouro, Rogério Ceron, de que o aumento não tinha a intenção de controlar o câmbio, foi questionada. Como ele afirmou:
“Não há intenção de promover qualquer tipo de intervenção cambial.”
(“There is no intention to promote any kind of exchange rate intervention.”)— Rogério Ceron, Secretário do Tesouro Nacional
A combinação de medidas fiscais com uma abordagem mais interventionista no mercado cambial indica que economistas e analistas devem permanecer alerta às reações do governo às pressões do mercado. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também se manifestou contra o uso do IOF como ferramenta de arrecadação, ressaltando que “nunca tive muita simpatia pela proposta”.
Os próximos dias serão cruciais para observar como o governo lidará com as consequências de suas decisões, especialmente em um cenário que continua a desafiar as expectativas do mercado.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)