
São Paulo — InkDesign News — A indústria de tecnologia enfrenta um desafio crescente no campo da opinião pública, dividido entre controvérsias políticas e preocupações com privacidade. Neste cenário, Google aposta na cultura popular como estratégia para fortalecer a imagem de suas tecnologias emergentes, por meio da iniciativa 100 Zeros, que investe em produções audiovisuais para ampliar a adoção de suas inovações, como IA e ferramentas de realidade aumentada.
Contexto e lançamento
O gigante tecnológico Google firmou uma parceria de vários anos com a produtora Range Media Partners, responsável por títulos como “Longlegs” e “A Complete Unknown”, para lançar o projeto 100 Zeros. A iniciativa busca identificar e apoiar projetos roteirizados e não roteirizados para financiar ou produzir, com o intuito de trazer suas tecnologias para o centro das narrativas culturais e audiovisuais.
Esse movimento surge em um momento em que grandes empresas de tecnologia lutam contra percepções negativas consolidadas ao longo de anos de polêmica pública e desafios éticos. A iniciativa já realizou aportes financeiros discretos, como na produção do filme independente “Cuckoo”, sem buscar exposição pública da marca Google. Em abril, foi anunciado um novo programa, “AI on Film”, que pretende explorar narrativas que envolvem a inteligência artificial, financiando curtas com potencial para adaptações em longa-metragem.
Design e especificações
O foco tecnológico de 100 Zeros está no estímulo à incorporação das ferramentas de ponta do Google nas produções culturais. Entre as inovações destacam-se o recurso Immersive View, que permite visualização tridimensional integrada ao Google Maps, além de ferramentas espaciais que fundem elementos reais e virtuais e aplicações avançadas de inteligência artificial. São tecnologias cuja integração nas narrativas visa aproximar o público do universo tech mediante uma experiência imersiva e educativa.
Repercussão e aplicações
A aposta cultural do Google é vista como uma tentativa de remodelar a percepção pública, especialmente entre os jovens, valorizando seus produtos dentro da cultura pop. Mira Lane, então Diretora Sênior de Tecnologia e Sociedade, explicou o papel dos filmes na construção dessas narrativas:
“…as AI moves out of the realm of science fiction and into our everyday lives, narrative films present an opportunity to explore and showcase the ways we want to coexist with this technology.”
“…à medida que a IA deixa o âmbito da ficção científica e entra em nossas vidas cotidianas, os filmes narrativos apresentam uma oportunidade para explorar e mostrar as maneiras pelas quais queremos coexistir com essa tecnologia.”— Mira Lane, ex-Diretora Sênior de Tecnologia e Sociedade, Google
Range Media, fundada por veteranos da agência CAA, enfrenta atualmente litígios por supostas práticas irregulares, o que adiciona complexidade à parceria. Contudo, o interesse em mesclar entretenimento e tecnologia persiste como uma estratégia para combater narrativas distópicas e fomentar um diálogo mais equilibrado em torno das inovações digitais.
“…combat a deluge of dystopian narratives”
“…combater um dilúvio de narrativas distópicas”— Mira Lane, VP de Tecnologia e Sociedade, Google
Essas iniciativas refletem tendências crescentes no setor, onde tecnologias avançadas são usadas como instrumentos narrativos para moldar opiniões e ampliar a aceitação social. A expectativa é que, com projetos como “AI on Film”, temas sensíveis sejam explorados sob perspectivas inéditas, contribuindo para um entendimento mais crítico e construtivo das interações humanas com a tecnologia.
O futuro prevê uma continuidade na aproximação entre Silicon Valley e Hollywood, visando a criação de conteúdos culturais que dialoguem diretamente com os avanços tecnológicos, ampliando o impacto social e o alcance comercial dessas inovações.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)