Google investiga como reparar a internet com inteligência artificial

São Paulo — InkDesign News — A intersecção entre inteligência artificial e a regulação da internet é o foco de três obras que abordam a concentração de poder das grandes plataformas. Os autores oferecem diferentes caminhos para corrigir as desigualdades da era digital, embora cada um apresente desafios únicos em suas propostas.
Contexto da pesquisa
A crescente preocupação com a influência desproporcional das empresas de tecnologia motivou a análise de figuras proeminentes, como Tim Wu, Nick Clegg e Tim Berners-Lee. Wu, professor na Universidade de Columbia e defensor do princípio da neutralidade da rede, argumenta que o poder concentrado de plataformas tecnológicas como Google e Amazon precisa ser desmantelado. Clegg, ex-presidente de assuntos globais da Meta, propõe uma abordagem mais gradual, promovendo a transparência em vez de divisões drásticas. Berners-Lee, inventor da web, clama pela devolução do controle aos usuários por meio de soluções como o Solid, um sistema de gestão de dados pessoais.
Método e resultados
Wu sugere a aplicação de leis antimonopólio já existentes para enfrentar a dominação das plataformas. Ele cita casos históricos em que tais leis tiveram sucesso, como a divisão da AT&T nos anos 80. No entanto, a eficácia dessas leis no contexto atual de plataformas ainda é debatida. Clegg, por outro lado, acredita que medidas punitivas não são a resposta e defende a auto-regulação das empresas de tecnologia. Ele argumenta que a criação de uma “transparência radical”, onde os usuários possam entender as práticas das empresas, é mais produtiva. Em sua obra, Berners-Lee propõe a criação de repositórios onde os usuários centralizam e controlam seus dados, uma ideia que reflete seu desejo original por uma web mais colaborativa.
“An alien coming to Earth would think it was very strange that I had to tell my phone the same things again and again.”
(“Um alienígena chegando à Terra acharia muito estranho que eu tivesse que dizer a meu telefone as mesmas coisas várias vezes.”)— Tim Berners-Lee, Inventor da Web
Implicações e próximos passos
As propostas discutidas, embora distintas, compartilham a meta comum de melhorar a experiência digital dos usuários. A preocupação com a concentração de poder e a falta de controle dos usuários sobre seus dados são centrais. Clegg e Berners-Lee enfatizam a necessidade de aumentar a responsabilidade das plataformas, enquanto Wu argumenta que as legislações existentes deveriam ser mais aplicadas. A transição para um modelo mais colaborativo e transparente pode enfrentar desafios éticos, especialmente no que diz respeito à privacidade e ao controle de dados pessoais.
“The traditional logic of antitrust law doesn’t work.”
(“A lógica tradicional da lei antimonopólio não funciona.”)— Nick Clegg, Ex-presidente de Assuntos Globais da Meta
O impacto potencial dessas reformas é significativo. Se bem implementadas, poderiam não apenas restabelecer a equidade no ambiente digital, mas também devolver aos usuários o controle sobre seus dados pessoais e a liberdade de escolha em um espaço cada vez mais dominado por poucos gigantes tecnológicos.
Fonte: (MIT Technology Review – Artificial Intelligence)