
Brasília — InkDesign News — A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, manifestou-se nesta quinta-feira (9) sobre as críticas do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, acerca da atuação da Controladoria-Geral da União (CGU) na investigação do esquema bilionário de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A controvérsia acende o debate político sobre o combate à corrupção e a atuação dos poderes federais.
Contexto político
As investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela CGU revelaram um esquema de descontos indevidos que pode ter provocado prejuízos de cerca de R$ 6,3 bilhões a aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, por meio de cobranças associativas irregulares. O escândalo levou ao afastamento de seis servidores públicos e à renúncia do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além do pedido de demissão do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A controvérsia sobre a comunicação interna da CGU, especialmente se alertas haviam sido feitos “a nível de ministro”, foi levantada pelo ministro Rui Costa à imprensa, suscitando divergências no governo.
Reações e debates
Ao comentar as acusações, Gleisi Hoffmann destacou a importância das apurações conduzidas pela CGU e afirmou que não houve contato direto com Rui Costa após as declarações. Segundo ela, “É a posição do ministro Rui Costa como ministro da Casa Civil. Não conversei com ele depois da entrevista. Mas, o que é importante é que a CGU fez a apuração”. Também ressaltou o papel da Polícia Federal no desbaratamento da quadrilha envolvida na fraude e a responsabilidade que deve recair sobre os envolvidos.
“É a posição do ministro Rui Costa como ministro da Casa Civil. Não conversei com ele depois da entrevista. Mas, o que é importante é que a CGU fez a apuração.”
— Gleisi Hoffmann, Ministra-Chefe da Secretaria de Relações Institucionais
Já o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, defendeu a continuidade das investigações nas redes sociais, reiterando que “desde o início dos trabalhos neste governo, recebemos a orientação do presidente Lula que a CGU seja implacável contra qualquer ato de corrupção”.
“É sempre hora de corrigir o que está errado, com verdade, justiça e respeito a que mais precisa.”
— Vinicius Marques de Carvalho, Ministro da CGU
Desdobramentos e desafios
O episódio levanta discussões sobre a comunicação interministerial e os mecanismos de controle e fiscalização dentro do governo federal. Os próximos desafios envolvem assegurar a responsabilização dos envolvidos, a recuperação de recursos e a proteção dos direitos dos beneficiários do INSS, diante de uma crise que mobiliza tanto os órgãos de controle quanto o Executivo. A agenda política aponta para a necessidade de aprimorar os processos internos para evitar que fraudes dessa magnitude se repitam, ao mesmo tempo em que o governo enfrenta pressões para manter a governabilidade e a transparência.
O caso também reforça a urgência debatida no Congresso e no Executivo sobre reformas administrativas e controles mais rigorosos, que visem maior integridade no serviço público e a proteção social dos cidadãos.
Fonte: (CNN Brasil – Política)