
Brasília — InkDesign News — O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou nesta terça-feira (6) que o governo federal está “enfraquecido” e não conseguirá impedir a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Contexto político
A proposta de criação da CPMI surge em um momento no qual denúncias de irregularidades envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários se ampliam. O senador Girão destacou que o esquema identificado extrapola valores inicialmente estimados, passando de R$ 6 bilhões para cerca de R$ 90 bilhões, em especial no contexto de empréstimos consignados. Segundo ele, esses desvios ganharam maior volume a partir de 2023, no governo Lula.
A articulação para a instalação da CPMI deve avançar após o retorno do presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), de missão oficial na Rússia e na China. Girão indicou que as tratativas para formalizar a comissão terão “força”.
Reações e debates
A verdade tem que vir independente de governo, embora a gente saiba que o grande rombo desse esquema, dessa fraude, do roubo dos aposentados aconteceu agora no governo Lula. De 2023 para cá que o grande volume aconteceu
— Eduardo Girão, senador (Novo-CE)
O senador também criticou o envolvimento de instituições ligadas a políticos que realizavam descontos nos benefícios, afirmando que houve uma tentativa, em 2019, de endurecer as regras para essas associações e sindicatos, frustrada com o voto contrário de 15 parlamentares de esquerda no Senado.
O Brasil tem que ser passado a limpo […] Quem não deve, não teme
— Eduardo Girão, senador (Novo-CE)
Desdobramentos e desafios
Com a instalação da CPMI, espera-se que as investigações possam trazer luz a uma possível fraude estruturada envolvendo valores bilionários no INSS, influenciando tanto as políticas públicas quanto a confiança da sociedade nas instituições previdenciárias. O avanço da comissão também impõe desafios políticos na articulação entre o Congresso e o Executivo, especialmente diante das resistências internas, como as sinalizadas por Alcolumbre.
Os próximos passos envolverão a formalização da comissão, definição do escopo investigativo e mobilização dos atores políticos para garantir transparência e eficiência na apuração dos fatos.
Assim, o acompanhamento dessas investigações será fundamental para o futuro das políticas referentes à seguridade social no Brasil e para o fortalecimento da governança pública.